A Associação de Assistência à Criança Deficiente é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que trabalha há mais de 61 anos pelo bem-estar de pessoas com deficiência física. Ela nasceu do sonho de um médico que queria criar no Brasil um centro de reabilitação com a mesma qualidade dos centros que conhecia no exterior, para tratar crianças e adolescentes com deficiências físicas e reinseri-los na sociedade. Foi pensando nisso que o Dr. Renato da Costa Bomfim reuniu um grupo de idealistas e, no ano de 1950, fundou a AACD.
No começo, a entidade funcionava em dois sobrados alugados na Rua Barão de Piracicaba, na cidade de São Paulo. Mas graças à colaboração dos primeiros doadores, a AACD pôde fundar seu primeiro centro de reabilitação num terreno doado pela Prefeitura, na rua Ascendino Reis.
Missão: promover a prevenção, habilitação e reabilitação de pessoas com deficiência física, especialmente de crianças, adolescentes e jovens, favorecendo a integração social.
Visão: ser a opção preferencial em Reabilitação e Ortopedia para pacientes, médicos, profissionais da área, convênios e apoiadores, e ser reconhecida pelo seu elevado padrão de qualidade e eficácia, com transparência, responsabilidade social e sustentabilidade.
Valores: responsabilidade social, respeito ao ser humano e suas diferenças, ética, qualidade, eficácia, competência e transparência.
Há mais de uma década, a AACD realiza o Teleton, que todo ano reúne artistas, apresentadores e personalidades numa maratona televisiva em busca de doações.
Mas nossos pacientes precisam de cuidado todos os dias. Em qualquer época do ano tem sempre um jeito de você ajudar a AACD a cuidar de crianças, jovens e adultos deficientes físicos. Quer saber como?Clique aqui.
Fonte: AACD
domingo, 27 de maio de 2012
TELETON (de 1998 à 2009!)
A história:
O Teleton, criado pelo ator e comediante Jerry Lewis que tinha como objetivo arrecadar fundos para uma instituição de crianças deficientes, chegou ao Brasil em 1998. A pedido da apresentadora Hebe Camargo e do presidente da AACD na época, o animador Silvio Santos colocou no ar, por mais de 26 horas, uma maratona que visava arrecadar fundos para a Associação de Assistência a Criança Deficiente. A partir daí, começa uma história de sucesso e o projeto passa a fazer parte do calendário do brasileiro.
Túnel do Tempo:
1998 – Chega o tão esperado dia 16 de maio. Silvio Santos, aparentemente nervoso, faz a abertura da campanha onde o tema musical é a já conhecida “Depende de Nós”, cantada na voz de Fafá de Belém.
É dado o ponta pé inicial e pelo palco passam artistas, apresentadores, cantores, jornalistas e até contratados de outras emissoras como Xuxa Meneghel que fez um depoimento para a maratona. A campanha é um sucesso.
Ainda no Gol Show Especial, apresentado por Silvio Santos, a meta de R$9 milhões é atingida e todo o dinheiro é revertido para a construção da 2ª unidade da AACD, em Recife, Pernambuco.
Ao contrário das edições seguintes, este Teleton começou na noite de sábado, indo até madrugada de domingo para segunda.
Total arrecadado: R$ 14.855.000
1999 – Chega mais um ano e a promessa feita por Silvio Santos dizendo que seria realizado um Teleton por ano, é realizada, agora nos dias 17 e 18 de setembro.
1999 – Chega mais um ano e a promessa feita por Silvio Santos dizendo que seria realizado um Teleton por ano, é realizada, agora nos dias 17 e 18 de setembro.
Devido o sucesso da edição anterior, mais emissoras de rádio e tv entram na campanha, algumas como a Tv Cultura fazendo a transmissão durante as mais de 24 horas e cedendo seus estúdios, e outras como Record, Bandeirantes, RedeTV! e Globo transmitem flashes da maratona.
A campanha é um sucesso e mais uma vez atinge a sua meta. Com o dinheiro arrecadado, é construída a unidade da AACD em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Total arrecadado: R$ 10.147.000
2000 – Realizado nos dias 1º e 2º de setembro, o Teleton 2000 surpreende pela sua grande estrutura.
2000 – Realizado nos dias 1º e 2º de setembro, o Teleton 2000 surpreende pela sua grande estrutura.
Realizado na moderna casa de shows Via Funchal, em São Paulo, a maratona recebeu vários artistas, tanto do SBT quanto de outras emissoras. A maratona foi dividida em blocos temáticos, algo parecido com o que foi realizado no Teleton 2008.
Estendendo-se até a madrugada de sábado para domingo, o show atinge a sua meta e arrecada mais de R$10 milhões, revertidos na construção da unidade de Uberlândia, Minas Gerais.
Total arrecadado: R$ 10.226.000
2001 - Realizada nos dias 26 até a madrugada do dia 28 de outubro, este que junto de novembro passam a ser os meses oficiais de realização do Teleton, a maratona faz sucesso e agrada a todos.
2001 - Realizada nos dias 26 até a madrugada do dia 28 de outubro, este que junto de novembro passam a ser os meses oficiais de realização do Teleton, a maratona faz sucesso e agrada a todos.
Logo na noite de sexta, é apresentado o “Show do Milhão Celebridades”, sob o comando de Silvio Santos e contando com a participação de artista como Eliana, Luciana Gimenez, Netinho e Paulo Henrique Amorim.
Nas quase 29 horas que a maratona ficou no ar, um recorde de duração da história de todos os Teleton’s, a meta de R$10 milhões é alcançada e o dinheiro é utilizado para a manutenção das unidades já existentes.
Total arrecadado: R$ 11.847.000
2002 - Realizado nos dias 8 e 9 de novembro, devido o crescimento da AACD e junto dela os seus gastos, o Teleton propõe uma meta que até então na época era de assustar: R$15 milhões.
2002 - Realizado nos dias 8 e 9 de novembro, devido o crescimento da AACD e junto dela os seus gastos, o Teleton propõe uma meta que até então na época era de assustar: R$15 milhões.
Apesar disso, foi realizado um das melhores edições de todas, com especiais como a “Batalha dos Artistas”, realizada no parque do SBT e o “Show de Talentos”, em que artistas mostravam o que mais sabiam fazer além de apresentar/cantar/atuar.
Apesar da meta ousada, ela é alcançada e atinge uma arrecadação recorde até então, sendo o dinheiro revertido na construção da unidade de Osasco, em São Paulo.
Total arrecadado: R$ 16.420.423
2003 – Mesmo não sendo um evento do SBT, esse Teleton foi afetado pelo começo da crise de audiência do canal e o escândalo do PCC protagonizado pelo apresentador Gugu.
2003 – Mesmo não sendo um evento do SBT, esse Teleton foi afetado pelo começo da crise de audiência do canal e o escândalo do PCC protagonizado pelo apresentador Gugu.
Realizado nos dias 3 e 4 de outubro, a maratona mais uma vez liderada por Silvio Santos e Hebe Camargo, pela 1ª vez em 6 anos não atinge a sua meta, a mesma de 2002.
Vários fatores como de ter muito material gravado como o período todo da manhã, ter o mesmo cenário das últimas duas edições e o escândalo do PCC envolvendo o Domingo Legal que sujou a credibilidade da emissora, são alguns que levaram ao fracasso da campanha.
Apesar de não ter repetido o sucesso do ano anterior, a maratona arrecadou R$13,5 milhões nas 27 horas que ficou no ar.
Mas para não deixar passar em branco e tentar pelo menos alcançar a meta, no dia 13 de outubro é realizado o Hebe Especial Teleton, contando com a presença de Daniel, Fábio Júnior, Ivete Sangalo e o Padre Marcelo Rossi.
Em pouco mais de 1 hora em que o programa ficou no ar, foram arrecadados R$700 mil, o suficiente para atingir a meta. Com o dinheiro, é construída a unidade da AACD em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro.
Total arrecadado: R$ 15.000.000
2004 – Para não repetir o fracasso da última edição, é feita uma das maiores mobilizações do Teleton no Brasil. Meses antes, no “Casa dos Artistas 4 – Protagonista de Novela”, Silvio Santos já pedia que o público juntasse 5, 10 centavos por dia para ter os R$5 no dia do programa.
2004 – Para não repetir o fracasso da última edição, é feita uma das maiores mobilizações do Teleton no Brasil. Meses antes, no “Casa dos Artistas 4 – Protagonista de Novela”, Silvio Santos já pedia que o público juntasse 5, 10 centavos por dia para ter os R$5 no dia do programa.
Realizado nos dias 19 e 20 de novembro, a campanha volta com um formato renovador, com especiais e neste ano são lançados o Tonzinho feito em 3D, o placar que muda sem parar e é lançada a Corrente do Bem, fruto do garoto Felipinho que desde 99 leva doações de sua família.
Logo no começo é notável o sucesso da campanha. Já de madrugada as arrecadações ultrapassam a casa do R$1 milhão, algo que só aconteceu no período da manhã em 2003.
Mesmo assim, era pouco, já que a meta era R$1 milhão a mais que no ano anterior, R$16 milhões. A campanha é um sucesso e a meta é atingida, sendo comemorada com alívio por Silvio e Hebe: A maratona ainda é um sucesso.
O dinheiro arrecadado é utilizado na manutenção das unidades já existentes.
Total arrecadado: R$ 16.616.032
2005 – Realizado nos dias 28 e 29 de outubro, a campanha deste ano tem como objetivo a construção de uma nova unidade e para isso, é preciso ultrapassar o arrecadado no ano anterior.
2005 – Realizado nos dias 28 e 29 de outubro, a campanha deste ano tem como objetivo a construção de uma nova unidade e para isso, é preciso ultrapassar o arrecadado no ano anterior.
Começando por volta das 21h, indo até às 01h30, a maratona tem uma nova música tema: “Amor”, cantada por Fafá de Belém e Daniel, tornando-se o hino oficial do Teleton.
O programa recebe centenas de artistas, de várias emissoras e faz especiais como o Roda a Roda com Roque, Patrícia Salvador e Lombardi como jogadores e Liminha como a mulher que abria o painel.
Logo depois, foi exibido o Family Feud com a turma do Pânico na Tv contra a família do cantor Daniel, onde os humoristas saem vencedores.
Assim que Silvio Santos entrou no palco pro encerramento, o placar ultrapassava os R$10,3 milhões, o maior valor já arrecadado até a entrada do apresentador na história do programa.
Embalado por Daniel e Ivete Sangalo, o país doou e a meta é atingida, sendo possível a construção da unidade em Joinville, Santa Catarina.
Total arrecadado: R$ 16.150.890
2006 – Realizado nos dias 10 e 11 de novembro, a abertura musical é feita pelo vencedor da 1ª temporada do Ídolos, Leandro Lopes.
2006 – Realizado nos dias 10 e 11 de novembro, a abertura musical é feita pelo vencedor da 1ª temporada do Ídolos, Leandro Lopes.
Nas 27 horas que ficou no ar, a maratona mostrou histórias comoventes e pela 1ª vez deixa de ter um especial.
Neste ano a maratona é interrompida para a exibição do reality “Bailando Por Um Sonho” e o encerramento têm a participação do cantor mexicano Diego Gonzalez.
A meta é atingida mais uma vez e o dinheiro é utilizado na manutenção das unidades e diminuição na fila de espera para a cirurgia da escoliose.
Total arrecadado: R$ 16.162.588
2007 – É um ano muito especial ao Teleton. A maratona chega a sua 10ª edição e nesses 10 anos, graças ao público brasileiro, foram construídas 8 unidades da AACD, possibilitando que cerca de 5 mil pessoas sejam atendidas por dia, mais de 1 milhão por ano e arrecadado mais de R$120 milhões.
2007 – É um ano muito especial ao Teleton. A maratona chega a sua 10ª edição e nesses 10 anos, graças ao público brasileiro, foram construídas 8 unidades da AACD, possibilitando que cerca de 5 mil pessoas sejam atendidas por dia, mais de 1 milhão por ano e arrecadado mais de R$120 milhões.
Apresentado nos dias 19 e 20 de outubro, com abertura feita por Silvio Santos e cantada por Claudia Leitte, o programa apresenta um cenário que muda a cada algumas horas e conta com a partipação de muitos artistas, dentre eles a apresentadora Eliana que até então ainda era da Rede Record.
Um dos momentos marcantes, além da homenagem a Hebe Camargo e Silvio Santos, foi o seu encerramento em que o apresentador fez a famosa dança do siri, fazendo todos rirem.
A maratona foi um sucesso e ultrapassou a arrecadação de 2006, chegando a R$17 milhões. O dinheiro arrecadado é utilizado na construção da unidade da AACD em São José do Rio Preto, São Paulo.
Total arrecadado: R$ 17.111.159
2008 – Com um novo diretor em seu comando, Teleton é reformulado e sua abertura é realizada no Auditório do Ibirapuera, nos dias 7 e 8 de novembro.
2008 – Com um novo diretor em seu comando, Teleton é reformulado e sua abertura é realizada no Auditório do Ibirapuera, nos dias 7 e 8 de novembro.
Acontece que o público estava tão acostumado com a “simplicidade” do Teleton que se espantou com o show, não reconheciam a maratona, nem mesmo o gc de doações tinha a logo do programa e o placar quase não era visível.
Resultado: A arrecadação foi se arrastando pela madrugada, pela manhã de sábado e pelo resto do dia, sendo “beneficiado” por uma edição com material gravado por duas horas na manhã, no período da tarde e a noite, um dos principais horários de arrecadação.
Apesar da arrecadação ter sido fraca até o encerramento, a meta de R$18 milhões foi alcançada com sucesso graças as empresas e, sem desmerecer é claro, o público brasileiro.
Mas em termos de sucesso, melhor esquecer esse Teleton. O dinheiro arrecadado é utilizado na diminuição da fila de espera de 32 mil pessoas, podendo levar mais de 5 anos pra ser atendido.
Total arrecadado: R$ 18.955.948
2009 – É feita uma grande campanha de divulgação da maratona deste ano.
2009 – É feita uma grande campanha de divulgação da maratona deste ano.
Com a campanha “Eu me Movo”, a maratona agora contava com Eliana como sua embaixadora oficial, posto também da cantora Ivete Sangalo.
Feito 100% nos estúdios do SBT nos dias 23 e 24 de outubro, a campanha recebe muitos artistas das concorrentes que compõe a Rede da Amizade. Artistas da Bandeirantes, da Rede Globo, da Gazeta, da Tv Cultura e da RedeTv! comparecem e integram na campanha que tem como meta alcançar R$19 milhões. Numa atitute infeliz, a Rede Record é a única a não liberar os seus artistas.
Com material gravado só na madrugada, reprisando os melhores momentos dos 12 anos da campanha, a arrecadação flui e supera a do ano anterior e a meta estabelecida, sendo possível a construção da unidade em Poços de Caldas, Minas Gerais e a construção de dois ambulatórios com o apoio da prefeitura e governo do estado de São Paulo.
Total arrecadado: R$ 19.355.137
2010 – Mais um Teleton chega e com ele uma bela trajetória de 13 anos, com histórias emocionantes, momentos de descontração e de muita união e amor de todo um país.
2010 – Mais um Teleton chega e com ele uma bela trajetória de 13 anos, com histórias emocionantes, momentos de descontração e de muita união e amor de todo um país.
Neste ano a maratona será realizada nos dias 5 e 6 de novembro, tendo como meta R$20 milhões e seu objetivo que é construir uma nova unidade da AACD.
A ideia agora é de construir pelo menos uma unidade em cada estado, facilitando o acesso de milhares de deficientes físicos.
A abertura ficará sob o comando de Silvio Santos que logo depois deixará o palco para ser comandado pela madrinha, Hebe Camargo, e pela cantora Claudia Leitte.
Nessa maratona de mais de 26 horas, mais de 70 artistas vão passar pelo palco, artistas também de outras emissoras. Como sempre, teremos histórias emocionantes e belas lições de vida.
- Em 1998, os artistas Renato Aragão e Xuxa Meneghel fizeram um depoimento para que o povo brasileiro fizessem a sua doação, algo inimaginável nos dias de hoje devido a infeliz “concorrência” entre o Teleton e o Criança Esperança.
- Em 1999, o Teleton foi realizado nos estúdios da Tv Cultura e, consequentemente, o microfone “aviãozinho” de Silvio Santos falhou e ele teve de usar o microfone usado por Hebe Camargo e Gugu, o de mão. Um momento raro da televisão.
- Em 2001, outro momento marcante. Após a insistência de Hebe Camargo em lhe dar o famoso selinho, Silvio Santos faz o cumprimento mas em outra pessoa, no cantor Gilberto Gil. Inesperado.
- Em 2003, no encerramento da maratona em que a meta não foi atingida, Silvio comenta sobre o seu desejo de todas as emissoras de televisão se reunirem e fazerem o Teleton, o que acontece no Chile.
No final do depoimento, Silvio solta o verbo: “Tudo por causa desse maldito Ibope!”, ao vivo.
- Em 2006, a maratona recebe o cantor mexicano Diego Gonzalez, ator da novela “Rebelde”. Apesar do sucesso da novela, Silvio Santos acreditava que o ator e cantor também fazia parte do grupo “RBD” e, constrangido, o jovem tentava explicar que fazia parte da novela mas não do grupo musical. Não adiantou muito.
- Em 2008, ao receber a doação do Guaraná Antarctica, Hebe Camargo ajoelhou-se como agradecimento. Mas ao receber a doação da empresa Hipercard, ela e Silvio Santos deitaram no palco, causando risos em quem acompanhava.
- Em 2009, Adriane Galisteu e Luciana Gimenez fizeram um trato com o telespectador: se fosse ultrapassada a casa dos R$600 mil, as apresentadoras dariam um selinho, no palco. Dito e feito.
- Bradesco é a empresa mais “antiga” na campanha, apóia desde 1998. Logo atrás vem o Grupo Votorantim, parceira desde 1999.
1º Unibanco – R$3,7 milhões (Teleton 2008)
2º Hipercard – R$3,5 milhões (Teleton 2009)
3º Itaú Unibanco Capitalização – R$3,3 milhões (Teleton 2009)
4º Hipercard – R$2,6 milhões (Teleton 2008)
5º Gol Linhas Aéreas – R$2 milhões (Teleton 2007)
2º Hipercard – R$3,5 milhões (Teleton 2009)
3º Itaú Unibanco Capitalização – R$3,3 milhões (Teleton 2009)
4º Hipercard – R$2,6 milhões (Teleton 2008)
5º Gol Linhas Aéreas – R$2 milhões (Teleton 2007)
terça-feira, 22 de maio de 2012
O preconceito social contra a pessoa com deficiência: algumas implicações
Um dos aspectos que marca profundamente as relações sociais da pessoa com deficiência é a ignorância, no sentido de falta de saber e de ausência de conhecimento. Quanto a isso podemos dizer que
[...] ignorância não é atributo apenas dos mais pobres ou dos que têm menos estudo. É algo que está presente em todas as camadas sociais, em muitas famílias, grupos de empresários, funcionários do governo (federal, estadual ou municipal) e, até mesmo, em muitos médicos que não se especializaram em reabilitar pessoas portadoras de deficiência ou que não têm prática no tratamento de algumas restrições do corpo (leves ou profundas) (RIBAS, 1996, p.63, destaque do autor ).
Ribas (1996) coloca a ignorância como sendo responsável por preconceitos relacionados às pessoas que têm deficiências, pois quando alguém não sabe, começa a achar, podendo assim fazer interpretações que muitas vezes fogem da realidade da vida das pessoas com deficiência física, mental ou sensorial.
Sobre os preconceitos Ribas (1996, p.64) ainda nos dá a seguinte contribuição:
[...] em maior ou menor grau, todos nós somos preconceituosos. Ninguém escapa. Nem mesmo pesquisadores universitários e acadêmicos. Isso porque a primeira impressão é sempre preconceituosa, já que está relacionada a algo com o qual jamais tivemos contato. É verdade que os pesquisadores universitários e acadêmicos (sobretudo os que trabalham com as ciências humanas) reelaboram o preconceito que existe dentro deles, até mesmo para conseguir pesquisar. E aí, então, conseguem enxergar o que está por trás da primeira imagem.
O preconceito com relação a pessoas com deficiência vem muitas vezes imbuído de um sentimento de negação, ou seja, a deficiência é vista apenas como limitação ou como incapacidade. A sociedade, embora tenha um discurso que prega a inclusão social de pessoas com deficiência, ainda vê essas pessoas pelo que não têm, ou pelo que não são. Não nos acostumamos a olhar os sujeitos que têm deficiência pelo que têm ou pelo que são. Nesta medida, a pessoa com deficiência auditiva é aquela que não ouve, a pessoa com deficiência visual é aquela que não enxerga. Ou seja, nos aproximamos da deficiência a partir da negação. A pessoa com deficiência é sempre aquela que não tem ou não apresenta alguma capacidade que a outra tem ou apresenta. Dessa forma, o sentimento de negação pressupõe sempre uma atitude e um comportamentode negação que traz para essas pessoas sérias conseqüências como exclusão, marginalização, discriminação, entre outras.
Esse sentimento de negação acompanhado de uma atitude e comportamento negativos com relação à pessoa com deficiência acaba por refletir em um sentimento de que é "melhor não viver assim", sentimento esse que ainda é razoavelmente difundido nos dias atuais e que coloca em questão um tema muito polêmico: a morte. Isso porque ao ver a deficiência apenas pelo lado negativo, não se consegue enxergar um horizonte para aquele que tem uma deficiência física, mental ou sensorial, sendo que:
Muitos pais que tiveram filhos com deficiência contam que em algum momento lhes passou pela cabeça que seria melhor, para o próprio filho, não viver. Muitos paraplégicos contam que o desejo de morrer surgiu principalmente logo após o acidente que trouxe a lesão medular. Para os pais que tiveram filhos com deficiência e para as próprias pessoas com deficiência a aceitação passiva da morte resulta da perda de sentido da vida. (RIBAS, 2007, p.24).
Além disso, Ribas (2007) ainda aponta para o perigo de que ao interpretarmos a deficiência como algo suficientemente adversa a ponto de abalar o sentido da vida, logo passemos a justificar a interrupção da gestação de bebês que comprovadamente irão nascer com deficiência, uma vez que o sentimento de que talvez não valha a pena viver sendo uma pessoa com deficiência, pode levar à sensação de que talvez não valha a pena nascer com uma deficiência, o que poderia implicar em atitudes como o aborto, por exemplo.
No entanto, é necessário esclarecermos que o sentimento de que não vale a pena viver tem sua origem nas relações sociais vivenciadas por famílias e por pessoas com deficiência. Estando, portanto, esse sentimento ligado ao sentimento de perda. E essa perda tem sempre como modelo determinado padrão de normalidade. Ter uma deficiência é ter que conviver com a diferença (com toda carga ideológica negativa que esse termo carrega na sociedade capitalista). Neste contexto, o sentimento que não vale a pena viver é um produto social que a pessoa com deficiência e seus familiares acabam por consumir em determinado momentoda vida. Desta maneira, os sentimentos que prejudicam a vida das pessoas que têm deficiência e de seus familiares são frutos de situações concretas de vida, nas quais estão presentes determinantes sociais, culturais, econômicos e políticos.
Nesta perspectiva, olhar a deficiência a partir da negação resulta, por conseguinte, na negação do direito da pessoa com deficiência de viver na sociedadecom igualdade deoportunidades. Sendo assim, a pessoa com deficiência está sujeita na sua vida cotidiana a vários impedimentos. Embora a legislação brasileira refute qualquer tipo de cerceamento no exercício da cidadania dessas pessoas, os impedimentos ainda persistem, se configurando em vários tipos de barreiras.
O Decreto nº 5296 de 2 de dezembro de 2004define barreiras como sendo qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento e a circulação com segurança das pessoas, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público;
b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior das edificações de uso público e coletivo e no entorno e nas áreas internas de uso comum nas edificações de uso privado e multifamiliar.
c) barreiras nos transportes: as existentes nos serviços de transporte;
d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação.
Além das barreiras citadas acima denominadas de barreiras físicas, podemos elencar mais dois tipos de barreiras:
a) barreiras sistêmicas: relacionadas a políticas formais e informais. Exemplo: escolas que não oferecem apoio em sala de aula para alunos com deficiência, bancos que não possuem tratamento adequado para pessoas com deficiência.
b) barreiras atitudinais: são os preconceitos, estigmas e estereótipos que implicam em um comportamento negativo com relação à pessoa com deficiência como repudiar, discriminar e excluir com base na condição física, mental ou sensorial.
Quando analisamos as inúmeras barreiras que as pessoas com deficiência enfrentam, não podemos deixar de mencionar as dificuldades que encontram para ingressar no mercado de trabalho, isso porque:
O mercado de trabalho é competitivo e por isso mesmo segregativo para todos. A rotatividade da mão-de-obra desqualificada é intensa, jogando à margem das empresas um exército de pessoas que mais do ninguém precisa trabalhar para manter a vida. Deste exército fazem parte os considerados menos aptos. [...] para os empresários e para o Estado os deficientes estão incluídos entre os menos aptos. (RIBAS, 1985 p.85-86).
O decreto nº 3.298 de 1999 determina que toda empresa com cem ou mais empregados deva preencher de dois a cinco por cento dos seus cargos com beneficiários da Previdência Social reabilitados ou com pessoa com deficiência habilitada; porém a lei nº 8.213 de 1991 já obrigava as empresas a contratar pessoas com deficiência (RIBAS, 2007). Mas foi o decreto nº 3.298 que incumbiu o Ministério do Trabalho de fiscalizar o cumprimento da lei, assim:
[...] tanto o Ministério do Trabalho quanto o Ministério Público do Trabalho saíram a campo procurando saber quais empresas estavam de fato cumprindo a lei e alertando aquelas que não estavam cumprindo que não haveria qualquer motivo ou justificativa plausível que as desobrigasse da responsabilidade de contratar (RIBAS, 2007, p.99).
No entanto, ainda segundo Ribas (2007), logo que o poder público de fiscalização iniciou a pressão, algumas empresas contrataram advogados pedindo que buscassem argumentos jurídicos que as livrassem da obrigatoriedade de contratar as pessoas com deficiência, porém não tiveram nenhum êxito com esta atitude, uma vez que:
[...] O que o poder público entende até hoje é que a lei que determina a contratação de pessoas com deficiência pelas empresas conhecida por Lei de Cotas faz parte de uma política de discriminação positiva que, por meio da obrigatoriedade imposta por lei, vem compensar anos e anos de exclusão do mundo do trabalho. Baseado nesse princípio, todo e qualquer arrazoado que venha de departamento jurídico de empresas e que queira justificar a impossibilidade de sequer imaginar alternativas de inclusão profissional tem contado com a mais absoluta intolerância do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho (RIBAS, 2007, p.99).
Percebemos, então, que na atualidade, através das leis está ocorrendo uma maior inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Mas, essa inclusão prima pelo valor quantitativo e não qualitativo, uma vez que a inserção dessas pessoas dentro da empresa se dá, na maioria das vezes, no campo da subalternidade, ficando essas pessoas com trabalhos que exigem menos qualificação e, por conseguinte, menos remunerados. São poucas as empresas que realmente investem na capacitação de pessoas com deficiência e quando investem é em nome da obrigatoriedade e não do direito dessas pessoas. Porém, não devemos esperar que as empresas façam isso. A luta pelos direitos da pessoa com deficiência é a luta de todos e como tal, deve fazer parte da agenda do governo, da sociedade edos movimentos sociais em geral. Lutar por igualdade de oportunidades para a pessoa com deficiência é lutar por igualdade de oportunidade para todos os segmentos marginalizados e discriminados.
Referências
RIBAS, João Baptista Cintra. As pessoas portadoras de deficiência na sociedade brasileira. Brasília, DF: CORDE, 1997.
______. O que são pessoas deficientes. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.
______. Viva a diferença: convivendo com nossas restrições ou deficiências. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1996.
______. Preconceito contra as pessoas com deficiência: as relações que travamos com o mundo. São Paulo: Cortez, 2007. (Preconceitos, 4)
[...] ignorância não é atributo apenas dos mais pobres ou dos que têm menos estudo. É algo que está presente em todas as camadas sociais, em muitas famílias, grupos de empresários, funcionários do governo (federal, estadual ou municipal) e, até mesmo, em muitos médicos que não se especializaram em reabilitar pessoas portadoras de deficiência ou que não têm prática no tratamento de algumas restrições do corpo (leves ou profundas) (RIBAS, 1996, p.63, destaque do autor ).
Ribas (1996) coloca a ignorância como sendo responsável por preconceitos relacionados às pessoas que têm deficiências, pois quando alguém não sabe, começa a achar, podendo assim fazer interpretações que muitas vezes fogem da realidade da vida das pessoas com deficiência física, mental ou sensorial.
Sobre os preconceitos Ribas (1996, p.64) ainda nos dá a seguinte contribuição:
[...] em maior ou menor grau, todos nós somos preconceituosos. Ninguém escapa. Nem mesmo pesquisadores universitários e acadêmicos. Isso porque a primeira impressão é sempre preconceituosa, já que está relacionada a algo com o qual jamais tivemos contato. É verdade que os pesquisadores universitários e acadêmicos (sobretudo os que trabalham com as ciências humanas) reelaboram o preconceito que existe dentro deles, até mesmo para conseguir pesquisar. E aí, então, conseguem enxergar o que está por trás da primeira imagem.
O preconceito com relação a pessoas com deficiência vem muitas vezes imbuído de um sentimento de negação, ou seja, a deficiência é vista apenas como limitação ou como incapacidade. A sociedade, embora tenha um discurso que prega a inclusão social de pessoas com deficiência, ainda vê essas pessoas pelo que não têm, ou pelo que não são. Não nos acostumamos a olhar os sujeitos que têm deficiência pelo que têm ou pelo que são. Nesta medida, a pessoa com deficiência auditiva é aquela que não ouve, a pessoa com deficiência visual é aquela que não enxerga. Ou seja, nos aproximamos da deficiência a partir da negação. A pessoa com deficiência é sempre aquela que não tem ou não apresenta alguma capacidade que a outra tem ou apresenta. Dessa forma, o sentimento de negação pressupõe sempre uma atitude e um comportamentode negação que traz para essas pessoas sérias conseqüências como exclusão, marginalização, discriminação, entre outras.
Esse sentimento de negação acompanhado de uma atitude e comportamento negativos com relação à pessoa com deficiência acaba por refletir em um sentimento de que é "melhor não viver assim", sentimento esse que ainda é razoavelmente difundido nos dias atuais e que coloca em questão um tema muito polêmico: a morte. Isso porque ao ver a deficiência apenas pelo lado negativo, não se consegue enxergar um horizonte para aquele que tem uma deficiência física, mental ou sensorial, sendo que:
Muitos pais que tiveram filhos com deficiência contam que em algum momento lhes passou pela cabeça que seria melhor, para o próprio filho, não viver. Muitos paraplégicos contam que o desejo de morrer surgiu principalmente logo após o acidente que trouxe a lesão medular. Para os pais que tiveram filhos com deficiência e para as próprias pessoas com deficiência a aceitação passiva da morte resulta da perda de sentido da vida. (RIBAS, 2007, p.24).
Além disso, Ribas (2007) ainda aponta para o perigo de que ao interpretarmos a deficiência como algo suficientemente adversa a ponto de abalar o sentido da vida, logo passemos a justificar a interrupção da gestação de bebês que comprovadamente irão nascer com deficiência, uma vez que o sentimento de que talvez não valha a pena viver sendo uma pessoa com deficiência, pode levar à sensação de que talvez não valha a pena nascer com uma deficiência, o que poderia implicar em atitudes como o aborto, por exemplo.
No entanto, é necessário esclarecermos que o sentimento de que não vale a pena viver tem sua origem nas relações sociais vivenciadas por famílias e por pessoas com deficiência. Estando, portanto, esse sentimento ligado ao sentimento de perda. E essa perda tem sempre como modelo determinado padrão de normalidade. Ter uma deficiência é ter que conviver com a diferença (com toda carga ideológica negativa que esse termo carrega na sociedade capitalista). Neste contexto, o sentimento que não vale a pena viver é um produto social que a pessoa com deficiência e seus familiares acabam por consumir em determinado momentoda vida. Desta maneira, os sentimentos que prejudicam a vida das pessoas que têm deficiência e de seus familiares são frutos de situações concretas de vida, nas quais estão presentes determinantes sociais, culturais, econômicos e políticos.
Nesta perspectiva, olhar a deficiência a partir da negação resulta, por conseguinte, na negação do direito da pessoa com deficiência de viver na sociedadecom igualdade deoportunidades. Sendo assim, a pessoa com deficiência está sujeita na sua vida cotidiana a vários impedimentos. Embora a legislação brasileira refute qualquer tipo de cerceamento no exercício da cidadania dessas pessoas, os impedimentos ainda persistem, se configurando em vários tipos de barreiras.
O Decreto nº 5296 de 2 de dezembro de 2004define barreiras como sendo qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento e a circulação com segurança das pessoas, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público;
b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior das edificações de uso público e coletivo e no entorno e nas áreas internas de uso comum nas edificações de uso privado e multifamiliar.
c) barreiras nos transportes: as existentes nos serviços de transporte;
d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação.
Além das barreiras citadas acima denominadas de barreiras físicas, podemos elencar mais dois tipos de barreiras:
a) barreiras sistêmicas: relacionadas a políticas formais e informais. Exemplo: escolas que não oferecem apoio em sala de aula para alunos com deficiência, bancos que não possuem tratamento adequado para pessoas com deficiência.
b) barreiras atitudinais: são os preconceitos, estigmas e estereótipos que implicam em um comportamento negativo com relação à pessoa com deficiência como repudiar, discriminar e excluir com base na condição física, mental ou sensorial.
Quando analisamos as inúmeras barreiras que as pessoas com deficiência enfrentam, não podemos deixar de mencionar as dificuldades que encontram para ingressar no mercado de trabalho, isso porque:
O mercado de trabalho é competitivo e por isso mesmo segregativo para todos. A rotatividade da mão-de-obra desqualificada é intensa, jogando à margem das empresas um exército de pessoas que mais do ninguém precisa trabalhar para manter a vida. Deste exército fazem parte os considerados menos aptos. [...] para os empresários e para o Estado os deficientes estão incluídos entre os menos aptos. (RIBAS, 1985 p.85-86).
O decreto nº 3.298 de 1999 determina que toda empresa com cem ou mais empregados deva preencher de dois a cinco por cento dos seus cargos com beneficiários da Previdência Social reabilitados ou com pessoa com deficiência habilitada; porém a lei nº 8.213 de 1991 já obrigava as empresas a contratar pessoas com deficiência (RIBAS, 2007). Mas foi o decreto nº 3.298 que incumbiu o Ministério do Trabalho de fiscalizar o cumprimento da lei, assim:
[...] tanto o Ministério do Trabalho quanto o Ministério Público do Trabalho saíram a campo procurando saber quais empresas estavam de fato cumprindo a lei e alertando aquelas que não estavam cumprindo que não haveria qualquer motivo ou justificativa plausível que as desobrigasse da responsabilidade de contratar (RIBAS, 2007, p.99).
No entanto, ainda segundo Ribas (2007), logo que o poder público de fiscalização iniciou a pressão, algumas empresas contrataram advogados pedindo que buscassem argumentos jurídicos que as livrassem da obrigatoriedade de contratar as pessoas com deficiência, porém não tiveram nenhum êxito com esta atitude, uma vez que:
[...] O que o poder público entende até hoje é que a lei que determina a contratação de pessoas com deficiência pelas empresas conhecida por Lei de Cotas faz parte de uma política de discriminação positiva que, por meio da obrigatoriedade imposta por lei, vem compensar anos e anos de exclusão do mundo do trabalho. Baseado nesse princípio, todo e qualquer arrazoado que venha de departamento jurídico de empresas e que queira justificar a impossibilidade de sequer imaginar alternativas de inclusão profissional tem contado com a mais absoluta intolerância do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho (RIBAS, 2007, p.99).
Percebemos, então, que na atualidade, através das leis está ocorrendo uma maior inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Mas, essa inclusão prima pelo valor quantitativo e não qualitativo, uma vez que a inserção dessas pessoas dentro da empresa se dá, na maioria das vezes, no campo da subalternidade, ficando essas pessoas com trabalhos que exigem menos qualificação e, por conseguinte, menos remunerados. São poucas as empresas que realmente investem na capacitação de pessoas com deficiência e quando investem é em nome da obrigatoriedade e não do direito dessas pessoas. Porém, não devemos esperar que as empresas façam isso. A luta pelos direitos da pessoa com deficiência é a luta de todos e como tal, deve fazer parte da agenda do governo, da sociedade edos movimentos sociais em geral. Lutar por igualdade de oportunidades para a pessoa com deficiência é lutar por igualdade de oportunidade para todos os segmentos marginalizados e discriminados.
Referências
RIBAS, João Baptista Cintra. As pessoas portadoras de deficiência na sociedade brasileira. Brasília, DF: CORDE, 1997.
______. O que são pessoas deficientes. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.
______. Viva a diferença: convivendo com nossas restrições ou deficiências. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1996.
______. Preconceito contra as pessoas com deficiência: as relações que travamos com o mundo. São Paulo: Cortez, 2007. (Preconceitos, 4)
sábado, 5 de maio de 2012
Pequeno Resumo da deficiência no Brasil!
a) 27 milhões de
pessoas com deficiência existem no Brasil.
b) Destes, 70% vivem
em situação de pobreza ou de extrema pobreza: são 18.900.00
pessoas.
c) mais de 50% das
crianças e jovens com deficiência estão fora da escola;
d) Não se tem os
índices, mas é previsível que a maioria esteja desempregada.
e) Não há
acessibilidade arquitetônica na grande maioria das cidades
brasileiras.
Com tecnologia, jovem deficiente faz música com polegares
Charlotte usa tecnologia ao favor dela e faz música com os polegares e a cabeça
Foto: BBC Brasil
Uma adolescente britânica, que teve a maior parte do corpo paralisada depois de um acidente, consegue tocar música usando apenas movimentos de seus polegares e da cabeça. Charlotte White teve um de seus vídeos, no qual ela toca uma suíte para violoncelo de Bach, postada na internet e gerou muito interesse na comunidade musical. A adolescente de 16 anos usa uma nova tecnologia para tocar. Com pequenos movimentos da cabeça, ela consegue interromper um raio magnético, o que desencadeia as notas da música.
Usando movimentos dos polegares, Charlotte aprendeu a controlar a configuração das notas disponíveis, num processo parecido com o do guitarrista que muda a forma dos acordes. A trajetória de Charlotte White foi retratada em um documentário exibido em março na BBC. Golpe na cabeça. Aos 11 anos Charlotte sofreu um golpe na cabeça, o que fez com que ela perdesse todos os movimentos do corpo. A adolescente passou cinco anos em longas internações em hospital para depois passar por um período de reabilitação no qual conseguiu retomar os movimentos da cabeça e, gradualmente, dos dedos.
No entanto, a jovem começou a ter problemas. "Tudo o que eu esperava era ficar fisicamente mais forte, o que não estava acontecendo, então foi muito deprimente. Eu apenas via as pessoas que deveriam melhorar a minha vida, mas parecia que isso nunca iria acontecer", contou a adolescente.
Aos 16 anos, Charlotte começou a frequentar uma escola mas não gostou das atividades oferecidas. "A musicoterapia é alguém na sua frente, batendo em um tambor ou tocando violão, e você deve dizer a eles todos os problemas de sua vida. É incrivelmente condescendente e muito chato", disse.
A adolescente então foi para o projeto Drake Music, na cidade de Bristol, uma organização que usa tecnologia para ajudar pessoas portadoras de deficiências a participarem de iniciativas musicais. Neste projeto, ela começou a trabalhar com Doug Bott e aprendeu a usar seus movimentos para tocar. Bott afirma que Charlotte se destacou logo no começo. "Ela tinha interesse em música clássica, o que não acontecia com muitos dos jovens com quem eu trabalhava na época, era interessada em trabalhar sozinha e do jeito dela", afirmou.
O vídeo da adolescente tocando Bach ganhou destaque na internet. Depois de um tempo, Charlotte participou de uma apresentação na escola, para a qual ela ensaiou muito. "Queria conseguir fazer isso, pois eu seria vista como uma pessoa, ao invés de apenas uma pessoa deficiente", disse. O projeto Drake Music gravou a performance de Charlotte e postou o vídeo na internet, o que gerou muito interesse da comunidade musical. Mas, também levantou questões sobre se a música feita desta forma deveria ser examinada da mesma forma que estudantes usando instrumentos convencionais são examinados.
"Eu queria estudar música na universidade, mas os estabelecimentos que formam músicos não reconhecem (a forma como toco) e, por isso, não pude progredir", conta a adolescente. Os examinadores que permitem que músicos entrem em universidades de música britânicas não examinam música tocada de forma eletrônica, mas estão trabalhando com a Drake Music para desenvolver esta área. "Estamos discutindo formas de avaliar a qualidade da performance musical de uma maneira que não está ligada a um instrumento em particular que a pessoa esteja tocando", disse Doug Bott. Apesar de não conseguir fazer as provas tradicionais de música, Charlotte recebeu um prêmio de artes do Trinity College de Londres e seu trabalho também conseguiu reconhecimento internacional.
Os organizadores de um festival de música na Noruega pediram que Charlotte compusesse músicas para o evento. "A música me inspirou, fez com que eu acreditasse que poderia conseguir qualquer coisa", disse a adolescente sobre sua reabilitação. "Fiquei mais entusiasmada (...), eu queria quebrar as barreiras e fazer as mesmas coisas que todo mundo, ao invés de ser rotulada apenas como uma pessoa deficiente. Comecei a aproveitar a vida e viver coisas que um adolescente faz." A adolescente agora entrou em uma universidade britânica, onde escolheu estudar política social e criminologia.
Usando movimentos dos polegares, Charlotte aprendeu a controlar a configuração das notas disponíveis, num processo parecido com o do guitarrista que muda a forma dos acordes. A trajetória de Charlotte White foi retratada em um documentário exibido em março na BBC. Golpe na cabeça. Aos 11 anos Charlotte sofreu um golpe na cabeça, o que fez com que ela perdesse todos os movimentos do corpo. A adolescente passou cinco anos em longas internações em hospital para depois passar por um período de reabilitação no qual conseguiu retomar os movimentos da cabeça e, gradualmente, dos dedos.
No entanto, a jovem começou a ter problemas. "Tudo o que eu esperava era ficar fisicamente mais forte, o que não estava acontecendo, então foi muito deprimente. Eu apenas via as pessoas que deveriam melhorar a minha vida, mas parecia que isso nunca iria acontecer", contou a adolescente.
Aos 16 anos, Charlotte começou a frequentar uma escola mas não gostou das atividades oferecidas. "A musicoterapia é alguém na sua frente, batendo em um tambor ou tocando violão, e você deve dizer a eles todos os problemas de sua vida. É incrivelmente condescendente e muito chato", disse.
A adolescente então foi para o projeto Drake Music, na cidade de Bristol, uma organização que usa tecnologia para ajudar pessoas portadoras de deficiências a participarem de iniciativas musicais. Neste projeto, ela começou a trabalhar com Doug Bott e aprendeu a usar seus movimentos para tocar. Bott afirma que Charlotte se destacou logo no começo. "Ela tinha interesse em música clássica, o que não acontecia com muitos dos jovens com quem eu trabalhava na época, era interessada em trabalhar sozinha e do jeito dela", afirmou.
O vídeo da adolescente tocando Bach ganhou destaque na internet. Depois de um tempo, Charlotte participou de uma apresentação na escola, para a qual ela ensaiou muito. "Queria conseguir fazer isso, pois eu seria vista como uma pessoa, ao invés de apenas uma pessoa deficiente", disse. O projeto Drake Music gravou a performance de Charlotte e postou o vídeo na internet, o que gerou muito interesse da comunidade musical. Mas, também levantou questões sobre se a música feita desta forma deveria ser examinada da mesma forma que estudantes usando instrumentos convencionais são examinados.
"Eu queria estudar música na universidade, mas os estabelecimentos que formam músicos não reconhecem (a forma como toco) e, por isso, não pude progredir", conta a adolescente. Os examinadores que permitem que músicos entrem em universidades de música britânicas não examinam música tocada de forma eletrônica, mas estão trabalhando com a Drake Music para desenvolver esta área. "Estamos discutindo formas de avaliar a qualidade da performance musical de uma maneira que não está ligada a um instrumento em particular que a pessoa esteja tocando", disse Doug Bott. Apesar de não conseguir fazer as provas tradicionais de música, Charlotte recebeu um prêmio de artes do Trinity College de Londres e seu trabalho também conseguiu reconhecimento internacional.
Os organizadores de um festival de música na Noruega pediram que Charlotte compusesse músicas para o evento. "A música me inspirou, fez com que eu acreditasse que poderia conseguir qualquer coisa", disse a adolescente sobre sua reabilitação. "Fiquei mais entusiasmada (...), eu queria quebrar as barreiras e fazer as mesmas coisas que todo mundo, ao invés de ser rotulada apenas como uma pessoa deficiente. Comecei a aproveitar a vida e viver coisas que um adolescente faz." A adolescente agora entrou em uma universidade britânica, onde escolheu estudar política social e criminologia.
Deficiente ou “diferente”. O que fazer?
Em termos gerais, podemos definir que "Pessoa Portadora de Deficiência" é a que apresenta, em comparação com a maioria das pessoas, significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de factores inatos e/ou adquiridos, de carácter permanente e que acarretam dificuldades em sua integração com o meio físico e social.(...)
Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo.
No domínio da saúde, deficiência representa qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatómica". Dizer que um indivíduo "tem uma deficiência" não implica, portanto, que ele tenha uma doença nem que tenha de ser encarado como "doente"
“Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência. Isso é natural. Todos nós podemos sentir-nos desconfortáveis diante do "diferente".
Esse desconforto diminui e pode até mesmo desaparecer quando existem muitas oportunidades de convivência entre pessoas deficientes e não-deficientes.
Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se relacionar com uma pessoa deficiente como se ela não tivesse uma deficiência, você vai estar ignorando uma característica muito importante dela. Dessa forma, você não estará se relacionando com ela, mas com outra pessoa, uma que você inventou, que não é real.
Aceite a deficiência. Ela existe e você precisa levá-la na sua devida consideração. Não subestime as possibilidades, nem super estime as dificuldades e vice-versa.
As pessoas com deficiência têm o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas.
Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente.+
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Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas actividades e, por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exactamente como todo mundo.
A maioria das pessoas com deficiência não se importa de responder perguntas, principalmente aquelas feitas por crianças, a respeito da sua deficiência e como ela transforma a realização de algumas tarefas. Mas, se você não tem muita intimidade com a pessoa, evite fazer muitas perguntas muito íntimas.
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Quando quiser alguma informação de uma pessoa deficiente, dirija-se directamente a ela e não a seus acompanhantes ou intérpretes.
Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Sempre espere sua oferta ser aceita, antes de ajudar. Sempre pergunte a forma mais adequada para fazê-lo.
Mas não se ofenda se seu oferecimento for recusado. Pois nem sempre as pessoas com deficiência precisam de auxílio. Às vezes, uma determinada actividade pode ser melhor desenvolvida sem assistência.
Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa deficiente, sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.
As pessoas com deficiência são pessoas como você. Têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos.
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(Clique aqui) e vá clicando no botão esquerdo do rato para passar os slides.
Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falha.
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