Vimos um grande elenco de desigualdades
que refletem a realidade social do Brasil de hoje. Há inúmeros problemas neste
país, alguns muito simples de serem resolvidos, outros que já demandam um maior
esforço, mas basicamente, todos podem ser superados. Muitos deles podem ser
resolvidos a partir de políticas voltadas para programas educacionais com o
intuito de esclarecer a população sobre determinadas inverdades que tocam a vida
em sociedade. Um destes problemas é a situação atual das pessoas portadoras de
deficiência física.
Vítimas de problemas congênitos,
enfermidades ou causas traumatológicas, estes indivíduos perfazem grande parte
dos excluídos no Brasil, sendo quase sempre esquecidos nos porões da
desigualdade, pois no Brasil nutre-se a idéia de que todo deficiente, pela
própria limitação física, torna-se um inválido. Uma idéia torpe, visto que as
melhores qualidades de um indivíduo limitado pela deficiência podem se refletir
por outros meios e potenciais, não somente pelas mãos e pernas, mas também pelo
seu cérebro. A sociedade ainda não conseguiu entender que o maior potencial
humano está em sua mente, capaz de produzir os mais belos frutos, mesmo com
limitações motoras. Para alguns, mais do que deficientes estes indivíduos passam
a idéia de seres imperfeitos. Este conceito é errôneo porque não se leva em
conta o que as pessoas deficientes fazem ou podem fazer e sim o que não
fazem.
Piedade, protecionismo ou paternalismo
ofendem a dignidade do indivíduo portador de deficiência. Felizmente, hoje, no
Brasil, existe uma maior conscientização do respeito devido aos deficientes,
haja visto a inclusão de vagas específicas para portadores de deficiências em
concursos públicos. O deficiente tem direito à uma posição digna que o ajude a
se habilitar e se integrar ao mundo, oferecendo-lhe condições e oportunidades de
mostrar toda a sua capacidade inata e ainda não usufruída. Esta integração junto
à comunidade se configura quando lhe estão garantidos os direitos à uma vida
digna, com educação, trabalho, esporte, enfim, com todas as oportunidades
oferecidas a um cidadão comum, mas observando-se suas dificuldades e
limitações.
Além do direito ao trabalho, à educação e
outras atividades inerentes a qualquer cidadão comum, o portador de deficiência
física tem garantido o seu direito de ir e vir, locomovendo-se para onde
desejar. Entretanto, muitas vezes, este direito é barrado por um simples degrau,
por exemplo. Quando da construção de edifícios públicos, há que ser observada a
legislação que prevê o acesso adequado destes indivíduos nestes lugares,
evitando-se de excluir o portador de deficiência de realizar desejos de sua
vontade mais simples como ir ao banheiro, por exemplo.
Os portadores de deficiências físicas
tiveram muitas conquistas nos últimos anos. Na verdade, como em todos os
segmentos sociais, as conquistas dos deficientes são resultados de seus próprios
trabalhos, principalmente através das entidades que os representam, por meio de
protestos e reivindicações das mais variadas. A sociedade precisa compreender
que os indivíduos portadores de deficiências representam 10 % da população
brasileira e, por este motivo, devem ser vistos como sujeitos passivos de
direitos como qualquer outro cidadão.
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