Os
movimentos populares retornam às ruas do Brasil e pedem justiça social,
melhores condições de trabalho e de emprego, direitos iguais, mostrando
que a democracia se efetiva. Além disso, os movimentos trazem consigo a
função de conscientizar a população de que o governo brasileiro ainda
não sabe lidar com seu povo.
Seja
na marcha pela liberação da maconha, nas lutas dos direitos dos
homossexuais, nas reivindicações trabalhistas – sejam as dos
metalúrgicos, as dos médicos, as dos bombeiros, dos professores – nas
manifestações estudantis por melhores condições de educação e
transporte, o direito máximo de reivindicação e de liberdade de
expressão não foi respeitado. Mais do que isso, o Estado mostrou-se
despreparado para o diálogo e preferiu, sempre, a violência, acreditando
ser ela a melhor maneira de calar o povo brasileiro que volta às ruas.
Para
aumentar ainda a problemática, costumes retrógrados de setores sociais
vêm sendo incomodados pelas manifestações populares. Conquistando
direitos, apontando problemas, questionando condutas, as manifestações
sociais brasileiras deflagram uma casta da sociedade favorável à extrema
direita, rançosa, fascista, que vem a público, lançando mão de velhos
discursos, querendo convencer que calar o povo é proteger a moral e os
bons costumes.
Esses
setores, na figura de seus representantes públicos, acreditam que é uma
conduta moral a de manter uma sociedade sectária, feita para castas e
voltada para o interesse de poucos. Acham que os bons costumes são o
povo apanhar e os eleitos se safarem de seus peculatos, de suas
homofobias, de seus preconceitos de vária ordem e acreditam numa
sociedade pouco democrática, interpretando “ordem” como a nulidade de
reclamação e “democracia” como um governo feito por elites para mandar
desmedidamente nas massas, seja pelo meio que for. Acreditam esses
governantes que cercear a liberdade de escolha – seja ela sexual,
política, religiosa e de comportamento – é a melhor maneira de governar.
Para esta casta fascista, tudo o que não se enquadra, que não é
possível de ser mantido por um poder vertical e dogmático, deve ser
excluído do meio social.
As
manifestações populares têm função importante neste processo: denunciar
estes fascistas e fazer valer a lei que tanto precisa ser lembrada a
todo custo: a de que o Brasil é um país livre, e a liberdade é o
elemento primeiro em um estado democrático de direito e deve ser mantida
a todo custo, nem que para isso seja preciso enfrentar o poder
instituído.
Só com a
volta dos movimentos populares, com o povo novamente nas ruas,
poderemos garantir o estado democrático de direito e acabar de vez com
esta casta que quer voltar aos tempos dos desmandes desmedidos, em nome
de um discurso velho e ultrapassado.
Por
mais que a mídia queira a todo custo convencer a sociedade brasileira
que as manifestações populares são uma mostra de desestabilidade
governamental, tais protestos dão ao Brasil aquilo que há muito o
governo recusa: o direito popular de reivindicação, o poder democrático
de cobrar das autoridades eleitas pelo voto popular que cumpram suas
obrigações, governando pelo e para o povo de forma igualitária e justa,
respeitando as leis deste país.
Por
isso, a vitória hoje no Supremo Tribunal Federal foi a da liberdade.
Por isso também o cancelamento por causa das manifestações estudantis do
Fórum sobre a reforma eleitoral, que seria feito em Vitória nesta
quarta-feira, com a presença do vice-presidente da República, foi uma
mostra de que o Estado não sabe lidar com a democracia.
Cabe
ao povo defender a liberdade. Então, é importante que fiquemos nas ruas
e lutemos por nosso direito. Essa é, creio, a maior importância dos
movimentos populares que aumentam em todo o Brasil e que se concentrarão
na Marcha da Liberdade, dia 18. Todos representam um passo importante
da democracia brasileira contra os velhos métodos de governar o país.
FONTE: http://desdequeosambaesamba.blogspot.com.br/2011/06/da-importancia-dos-movimentos-populares.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário