quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Acessibilidade nas residências


As casas adaptadas para deficientes físicos, especialmente para cadeirantes, devem respeitar algumas normas. É o caso da residência da atriz e consultora de inclusão de profissionais com deficiência, Tabata Contri, que sofreu um acidente há quase dez anos que a deixou paraplégica. Uma das primeiras medidas que sua mãe tomou na época foi arranjar uma casa nova, que pudesse ser adaptada.
Circulação
Um dos pontos mais importantes para adequação de uma casa para deficientes físicos é o espaço livre para locomoção. “Garantir espaços de circulação amplos, que permitam manobra, circulação, aproximação e alcance dos componentes por usuários de cadeira de rodas é fundamental. Isso inclui portas de pelo menos 80 cm de vão, corredores que permitam manobra de 90° para o acesso aos ambientes, eliminação de gabinetes embaixo de tampos e de mobiliário que possam impossibilitar a livre circulação”, explica a arquiteta Sandra Perito, presidente do Instituto Brasil Acessível, instituição sem fins lucrativos que busca a inclusão social de pessoas com algum tipo deficiência.

Tabata considera essencial ter bastante espaço para se movimentar. “Muitas vezes ando pela casa com a minha cadeira de banho, que é maior e ocupa bastante espaço. Por isso, as portas têm que ser mais largas e tenho que ter uma boa área para manobrar”, conta a atriz.
Já a vereadora Mara Gabrilli, de São Paulo, é tetraplégica e conta que seu apartamento passou por mudanças que priorizaram o espaço: as paredes foram derrubadas para garantir mais mobilidade. Seu banheiro foi todo aberto para ficar de frente para o quarto, que não tem paredes ou móveis que atrapalhem a sua locomoção.
Altura dos objetos
Com relação à altura dos objetos, a arquiteta Karla Cunha aponta a norma ABNT NBR 9050:2004, responsável pelas alturas e medidas para a acessibilidade. Os interruptores, por exemplo, devem ser posicionados entre 0,60 m e 1,00 m de altura.

A atriz dá outras dicas: “o espelho tem que ser inclinado ou deve estar em uma altura adequada. Na cozinha, os armários têm que ser mais baixos e o micro-ondas precisa ficar ao alcance. Além disso, é interessante ter um interruptor ao lado da cama”. Tabata ainda apresenta uma sugestão interessante, principalmente para tetraplégicos: “a luz automática, que acende quando a pessoa entra num ambiente, pode ser mais prática, além de ser ecologicamente correta”. Mara, por sua vez, relata que o olho mágico da porta foi colocado mais embaixo para ficar na altura da sua cadeira.
Sanitários
Para Tabata, o banheiro é a área mais importante da casa em termos de adaptações. A arquiteta Sandra explica: “antes de tudo, a porta deve permitir o acesso por pessoas em cadeira de rodas ou de banho, deve-se prever instalação de barras de apoio para facilitar a transferência da cadeira para o vaso sanitário e para banco no box”.

Ainda segundo Sandra, o ambiente deve ter espaço para giro de pelo menos 180°, para que o cadeirante possa entrar e sair de frente do ambiente. Desníveis na entrada do box devem ser eliminados. Já a arquiteta Karla sugere que as torneiras e lavatórios sejam acionados por alavanca, sensor eletrônico ou dispositivo monocomando

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