Em uma destas voltas ao mundo na Rod@ Digital, encontrei um video sugerido por um amigo cujo título por sí só já fala tudo... (capoeira, vivendo sem barreiras) porém é preciso assistir ao video para sentir a verdadeira força e a emoção da superação, da alegria de viver... da capoeira...
Dentro deste espírito fica a sugestão do video: Capoeira, vivendo sem barreiras e para uma maior compreensão deste tema temos uma seção totalmente dedicada a Capoeira sem Fronteiras, a Capoeira para Portadores de Necessidades Especiais.
Abaixo a matéria que deu ínicio a esta seção em Fevereiro de 2006.
Meus agradecimentos a todos que lutam e trabalham com estas fantasticas pessoas...
Como diz Aqueles que conhecem a capoeira, sabem do que ela é capaz. A capoeira é jogo, luta, dança, brincadeira e filosofia.mestre Paulo, “... capoeira é o único esporte que tem a sua própria música. É a única luta em que o homem luta com a mulher e o velho com a criança”. Além disso, como diz mestre Mão Branca, “... os opostos se atraem, o rico e o pobre, o preto e o branco”.
Não só eu, mas muitos outros capoeiristas acreditam que a capoeira é mágica, e a sua maior magia esta na brincadeira de forma lúdica e principalmente pelo seu processo de inclusão.
Existem muitos outros capoeiristas fazendo esse tipo de trabalho, é o caso do grande mestre Mancha de Florianópolis – SC e ainda do Monitor Cascavel também faz um trabalho em Florianópolis – SC. Eu atualmente, sou Monitor de capoeira e já estou fazendo um trabalho seguindo a mesma linha de raciocínio.
A pouco mais de 1 (um) ano, comecei a dar aula de educação física particular e voluntariamente para um aluno cadeirante. Após assistir uma palestra com Steven (da Associação Desportiva para Deficiente), passei a me interessar mais por esse assunto, então iniciei esse trabalho com esse aluno cadeirante, e além de outras modalidades tradicionais, procurei adaptar a capoeira para cadeira de rodas.
Hoje, esse aluno (Bira), é um dos únicos capoeiristas de Santa Catarina a jogar capoeira na cadeira de roda, isso é motivo de muito orgulho, atualmente venho realizando trabalho com alunos deficientes mentais na APAE de minha cidade, tenho poucos alunos praticando capoeira, mas é notável o resultado. No futuro ainda pretendo fazer um trabalho de capoeira para deficientes visuais, assim como mestre Mancha vem fazendo em sua cidade.
Não estou aqui para me promover com este assunto, muito pelo contrário o que quero dizer a todos, é que não tive nenhum curso específico que me ensinasse uma maneira que deveria trabalhar com alunos com necessidades especiais. O que foi preciso, necessariamente de calma e observação dos movimentos. Um paraplégico não tem movimento de membros inferiores, porém ele poderá fazer maior movimentação com os braços, e ainda usar a própria cadeira como seu corpo. No meu caso tento mostrar para meu aluno que o apoio dos pés pode representar os pés, quando esse vier em movimento circular tocando em minha perna esta simbolizando uma rasteira, e assim sucessivamente. Para este trabalho, usei a capoeira de Angola como base, e o mesmo eu farei no futuro com Deficientes Visuais.
Acredito que muitos são os professores e mestres que gostariam de experimentar esse tipo de trabalho, mas não pode ficar de braços cruzados esperando o aluno deficiente chegar na sua academia. Além disso, alguns pensam que poderá ter nesses alunos uma boa fonte de renda. Quem pensar assim está enganado, o que acontece é que a maioria das pessoas portadoras de necessidades especiais tem uma condição financeira reduzida. Outro grande problema é que muitos deficientes se autodiscrimina, entretanto, necessita-se de pessoas para orientar esses futuros alunos, e mostrar-lhes que eles são capazes. Isso é uma questão de amor e solidariedade, muitos deficientes não querem caridade, eles querem uma oportunidade de ter os mesmo direitos, de freqüentarem os mesmo lugares, e porque não, jogar capoeira.
Agora, passamos a ter uma outra visão da capoeira, pois ela vai muito mais longe do que pensamos. Ao invés de nos preocuparmos em ser os melhores dentro da roda, temos que ter consciência e serenidade que precisamos ser melhor fora da roda. Temos que ser melhor em nossas atitudes, nossa didática, nossa amizade, no modo de viver. Encontraremos nos deficientes um braço amigo que em sua grande maioria não te puxa para lhe derrubar, mas mesmo que tenha apenas um toco de braço ele irá te empurrar para te levantar. Lembre-se que você já o levantou, quando tirou ele do casulo em que vivia, na depressão e abandono.
Portanto, esta oportunidade de criar uma coluna direcionada para a capoeira adaptada, vai abrir um grande leque. A capoeira precisa ser mais humana, temos que mostrar a capoeira na sua exência, e o Portal Capoeira passa a proporcionar isso. Podemos utilizar este espaço para realização de algumas entrevistas com professores e mestres que realizam este trabalho e publicando matérias relevantes, e abrindo espaços aos próprios capoeiristas.
Mas, retornando ao tema principal “capoeira Inclusão”, o mais importante de tudo, não é termos alunos com necessidades especiais, mas sim, de fazer com que alunos com necessidades especiais, possam estar jogando na mesma roda que os homens, que as mulheres, que as crianças e que os velhinhos jogam capoeira.
Para finalizar vou usar as palavras de Pastinha, “... o conhecimento é inconcebível até mesmo para o mais sábio dos homens”, por isso temos que tentar conhecermos um pouco mais sobre esse outro lado da capoeira, deixando para traz as disputas, intolerância e vaidade, temos que pensar na capoeira como um todo. Por ultimo uma frase de mestre Toni-Vargas, feita no momento em que meu aluno recebeu a sua primeira corda. Esta frase serve para refletirmos por muito tempo, disse o sábio mestre: “A capoeira, não tem fronteira, o professor jogando em pé e o aluno sentado na cadeira.”
A capoeira é de todos ....
Axé Câmara!!!
Para finalizar vou usar as palavras de Pastinha, “... o conhecimento é inconcebível até mesmo para o mais sábio dos homens”, por isso temos que tentar conhecermos um pouco mais sobre esse outro lado da capoeira, deixando para traz as disputas, intolerância e vaidade, temos que pensar na capoeira como um todo. Por ultimo uma frase de mestre Toni-Vargas, feita no momento em que meu aluno recebeu a sua primeira corda. Esta frase serve para refletirmos por muito tempo, disse o sábio mestre: “A capoeira, não tem fronteira, o professor jogando em pé e o aluno sentado na cadeira.”
A capoeira é de todos ....
Axé Câmara!!!
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