domingo, 8 de abril de 2012

Blog Vida de Cadeirante completa hoje 6 meses de vida!

     Olá, hoje o blog Vida de Cadeirante está completando 6 meses de vida, e para mim uma imensa alegria poder compartilhar com todos vocês leitores essa data tão marcante na história do blog. Este blog nasceu com o intuito de mostrar as pessoas que o preconceito é coisa de gente sem noção, que não sabe de nada, que não tem respeito pelo próximo, por que todos nós somos diferentes e todos temos deficiências, seja elas visíveis ou não, seja elas físicas ou humanas, mas todos nós a temos concerteza.
    Confesso que jamais imaginei em toda a minha vida que um dia eu pudesse criar algo que fosse tão útil para as pessoas, onde todos pudessem retirar dali algo de interessante e com isso poder mudar ao menos minimamente a humanidade, com esse blog graças ao Bom Deus tive essa oportunidade, mesmo que ainda não tenha completa conciência disso. Mas sei que sem vocês esse blog seria apenas um monte de palavras entrepostas umas sobre as outras, sem vocês esse blog não teria a sua razão de existência, muito mas muito obrigado mesmo a todos pelas vezes que contribuíram dando sempre uma olhadinha nas postagens que modéstia parte vem cativando muita gente ao longo desses 6 meses.
    Não quero dinheiro (nem esse é o objetivo do blog, já que nao me dá retorno financeiro algum), por acesso nem nada disso, só quero levar e transmitir algo de bom pra todos, que com cada mensagem lida no blog, vão poder mudar seu modo de agir e pensar sobre as deficiências humanas, pois como disse todos nós somos, só que uns no corpo, já outros na alma e atitudes!
    Frequentemente as pessoas que converso principalmente na internet já estão sabendo do meu blog ainda que eu mesmo não as tenha apresentado, isso pra mim é uma alegria imensa, por que sei que muita gente comenta e divulga o blog, sinal de que estão curtindo, eu nao tenho nem palavras pra dizer o quanto me sinto feliz e realizado com tudo isso.
    Quero poder um dia escrever um livro sobre a minha vida, e se Deus quiser ainda realizarei este sonho, e poder assim, ajudar ainda mais e mais pessoas com meus testemunhos de vida reais e vividos por mim e por todos que estiveram ao meu lado ao longo de minha vida. Quem sabe também novas surpresas venham com o tempo, mas isso é algo de que ainda não poderei comentar pois prefiro deixar pra falar disso mais pra frente, quando de fato este sonho estiver se concretizando, mas se acontecer mesmo estarei realizado por completo, e não precisarei de mais nada em minha vida!
    Contudo, no momento isso que está acontecendo na minha vida basta, pois devo dar um passo de cada vez, pra não tropessar nos caminhos à frente.
    Voltando ao assunto do dia, espero poder contribuir ainda mais na busca de uma sociedade melhor, sem preconceitos e sem mancha, onde todos respeitarão as muitas diferenças da vida, onde todos se adaptarão ao mundo das diferenças e ao mundo dos humanos deficientes.
    Muito obrigado mais uma vez por esse dia meu Deus, e que mais 6 ou até 60 ou quem sabe até 600 mil meses virão de sonhos e realizações e que eu possa conseguir todos os sonhos sonhados até agora em razão dos deficientes e em razão da humanidade! Deus abençoe a todos vocês!!!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Livro “Introdução à Psicologia e Pessoas com Deficiência” do escritor Emilio Figueira, pode ser lido online!

O psicólogo, psicanalista e escritor Emilio Figueira, vencedor do Prêmio Sentidos na categoria Literatura, liberou todo o conteúdo do seu livro “Introdução à Psicologia e Pessoas com Deficiência: A construção de um novo relacionamento!“, em seu Blog Psicologia e Deficiência. Esse é o segundo livro que o amigo Emilio torna acessível a todas as camadas da população brasileira.
O primeiro livro “Prosas Experimentais” você pode baixá-lo acessando aqui.
Para acessar a todos os capítulos do livro “Introdução Psicologia e Pessoas com Deficiência” disponível online, basta acessar o Blog Psicologia e Deficiência.
Agradeço ao amigo Emilio por mais essa grande iniciativa.
Livro do Escritor Emilio Figueira

Senado reduz tempo de serviço para pessoa com deficiência se aposentar

Homem com deficiência grave poderia se aposentar após 25 anos. Proposta ainda segue para nova análise da Câmara dos Deputados.
O Senado aprovou na tarde desta terça-feira (3) projeto de lei que reduz o tempo de contribuição e a idade para pessoas com deficiência se aposentarem. Pela proposta, que ainda precisa ser novamente analisada pela Câmara dos Deputados, haverá um tempo de contribuição diferenciado, dependendo da gravidade da deficiência.
Se for leve, será de 30 anos para homens e 25 para mulheres; se for moderada, será de 27 anos para homens e 22 para mulheres; e se for grave, será de 25 anos para homens e 20 para mulheres. A idade mínima, para ganhar o benefício integral, em qualquer tipo de deficiência, seria de 60 anos para homens e 55 anos para mulheres.
Atualmente, a mesma regra vale para todos os trabalhadores da iniciativa privada: homens deixam o serviço após 35 anos e a mulher, 30 anos de contribuição. A idade mínima é de 65 e 60 anos (no caso de trabalhadores rurais, a idade mínima é de 60 e 55 anos, respectivamente).
Comissão do Senado aprova aposentadoria especial para pessoas com deficiência
Abaixo-assinado a favor da aposentadoria especial para pessoas com deficiência
A aferição do grau de deficiência seria feita por peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A mudança seria válida apenas para filiados ao Regime Geral da Previdência Social.
O projeto foi aprovado com o voto favorável dos 54 parlamentares presentes em plenário na tarde desta terça. Por ter sofrido alterações no Senado, a proposta será encaminhada novamente para análise da Câmara dos Deputados, de onde foi originada a matéria.
O projeto foi analisado pelas comissões de Direitos Humanos, de Assuntos Sociais e pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. O relator na última comissão, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), apresentou um substitutivo que adequou o conceito da pessoa com deficiência. Ao invés de ser considerada uma doença, a deficiência passou a ser considerada um impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial.
Por acordo dos parlamentares presentes no plenário do Senado, a votação foi invertida e ocorreu antes da discussão da proposta. Assim que a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que presidia a sessão, leu o placar da aprovação, os parlamentares presentes aplaudiram a aprovação.
Fonte: G1
O problema é que para receber a aposentadoria integral a pessoa com deficiência deve ter 60 (homem) ou 55 anos (mulher). Muitos devido ao desgaste físico e psicológico se aposentarão proporcionalmente, já que não conseguirão trabalhar até a idade mínima estabelecida. (Nota do blog

ISSO É RAMPA?

Caro leitor,
Pensando em tornar os locais “acessíveis” veja rampas desenhadas por engenheiros, de várias partes do mundo, que desconhecem totalmente o significado da palavra acessibilidade.
Rampa Inacessível
Rampa Inacessível
Rampa Inacessível
Rampa Inacessível
Rampa Inacessível
Rampa Inacessível
Rampa Inacessível
Rampa Inacessível
Rampa inacessível
Rampa inacessível
Rampa inacessível
Rampa inacessível
Rampa inacessível
Rampa inacessível
rampa inacessível

E AI, ALGUÉM ENCARA SUBIR ESSAS "RAMPAS" NUMA CADEIRA DE RODAS?
 Fonte: http://piximus.net/

Deficientes relatam dificuldades e desafios em relacionamentos amorosos

Alguns deficientes passam por problemas ao conhecer alguém, mas outros não têm problemas amorosos
Alguns deficientes passam por problemas ao conhecer alguém, mas outros não têm problemas amorosos
As dificuldades e desafios enfrentados por deficientes quando o assunto é namoro são tema de uma série transmitida pela TV britânica nesta semana. Em diversos relatos, deficientes físicos e mentais contam as barreiras que têm de superar para conquistar uma vida amorosa bem-sucedida.
Adrian Higginbotham, de 37 anos, conta que para ele, que é cego, as dificuldades começam no primeiro contato, o ponto de partida para qualquer relacionamento. “Você não pode entrar em uma sala de modo casual e dar aquela olhada. Você não pode sorrir para alguém que você já viu duas vezes anteriormente passando pela rua”, diz Higginbotham.

Sexualidade e deficiência física

Pessoas com deficiência: Relacionamentos virtuais rumo aos amores reais
Namoro pela internet: descobri que amar uma pessoa com deficiência visual é compreender a vida sob outra perspectiva
Com um título provocante, o programa The Undateables (que poderia ser traduzido como “Os Inamoráveis”) conta histórias como a de Higginbotham e virou alvo de discussões acaloradas nas redes sociais, principalmente por conta do título.
O programa mostra ainda uma agência de namoros especializada em pessoas com dificuldade de aprendizagem, a “Stars in the Sky”, que assegura que seus clientes cheguem seguros ao local do encontro e os ajuda a encontrar “a pessoa certa”. A agência diz já ter organizado mais de 180 encontros desde 2005, com saldo de um casamento, uma união entre pessoas do mesmo sexo, três noivados e 15 relacionamentos sérios.
Os 'inamoráveis' (Foto: BBC)
Os 'inamoráveis' (Foto: BBC)
Reações
O programa mostra que, apesar de muitos deficientes estarem casados e felizes ou não terem dificuldades para namorar, outros enfrentam uma gama variada de reações e, às vezes, atitudes estranhas, principalmente quando o par não sofre de deficiência.
Lisa Jenkins, de 38 anos, relata sua experiência em um encontro com um amigo de um amigo que não sabia que ela tinha paralisia cerebral. “Nós entramos em um bar e ele imediatamente desceu os degraus diante de nós. Eu tentei descer, mas simplesmente não consegui. Não havia corrimão”, conta.
Quando seu acompanhante perguntou se algo estava errado, Jenkins teve de contar sobre sua paralisia cerebral. “Eu podia ver a mudança em seu rosto. Ele ficou instantaneamente menos atraído por mim”, diz.
“Eu já tive homens que se sentiam atraídos por mim, mas achavam que havia algo de errado com eles por isso.” Jenkins conta que já chegou a ouvir de um potencial pretendente que ele “sempre teve interesse por sexo bizarro”.
Em uma sondagem feita em 2008 pelo jornal britânico The Observer, 70% dos entrevistados disseram que não fariam sexo com um deficiente.
Shannon Murray, uma modelo na casa dos 30 anos, há 20 em uma cadeira de rodas, conta que, quando era adolescente, alguns rapazes lhe ofereciam uma bebida e em seguida perguntavam se ela ainda podia fazer sexo.
Internet
O programa discute também a era dos encontros pela internet e um novo dilema surgido com ela: um deficiente deve revelar sua condição imediatamente ou esperar que as pessoas o conheçam melhor antes de contar sobre sua deficiência.
Murray – que tem sempre em seu telefone uma lista de bares e restaurantes com acesso fácil para cadeiras de rodas, com medo de parecer pouco independente em um primeiro encontro – diz que já fez os dois. Ela conta que em apenas uma ocasião um pretendente resolveu abandonar a relação após descobrir que ela era deficiente.
Murray diz que tentou também a abordagem oposta, colocando em um site de relacionamentos comum uma foto em que sua cadeira de rodas era bem visível e uma frase bem-humorada, dizendo que, se o interesse da pessoa era escalar o Everest, ela não poderia ir junto, mas ficaria no campo base e tentaria manter a barraca aquecida. “Esperava que, revelando minha deficiência assim, no início, geraria menos interesse, mas acabei recebendo mais respostas do que quando escondia a cadeira. Fiquei entre as cinco mulheres que receberam mais atenção no site naquela semana”, conta.
Fonte: Portal Terra

Aimee Mullins: conheça a história de superação da campeã de atletismo

Aimme Mullins

Aimee Mullins, amputada, tornou-se uma palestrante e modelo muito famosa
A americana Aimee Mullins, 33 anos tornou-se modelo e campeã de atletismo. Em 1996, quebrou o recorde nas modalidades de 100, 200 metros e salto em distância. Deu o que falar nos jogos paraolímpicos de Atlanta.
Aimee nasceu com um problema raro na formação óssea das pernas, tendo que amputá-las logo abaixo do joelho quando tinha apenas 1 ano. Certa vez, ao encontrá-la num evento de moda, o estilista britânico Alexander Mcqueen a convidou para um desfile em Londres. Modelou uma prótese de madeira para ela, imitando uma bota longa. Durante o desfile da Aimee, a imprensa nem desconfiou da prótese. Quando o boato começou a correr no dia seguinte, McQueen foi acusado de estar transformando o “London Fashion Show” num “London Freak Show”.
(Veja: História de superação do amputado Oscar Pistorius)
Aimee começou a ser perseguida pelos jornalistas, negando todas as entrevistas. Só voltou a cedê-las depois da atuação que fez no filme Cremaster Cycle, do Matthew Barney. No filme, Aimee encarna vários personagens, o mais interessante é um leopardo. Faz também o alter-ego feminino do Matthew Barney, vestindo botas de vidro, encaixadas na parte do joelho. A “cyber-musa”, como alguns dizem, fez presença na Revista People como uma das 50 mulheres mais belas do mundo. Bom, uma coisa é certa, ela tem senso de humor, ainda mais quando se trata dos comentários da imprensa sobre sua singular condição nas passarelas: “The press describing me as wearing fake legs. They are not fake, they are prosthetics, they’re real!”, e ri. Abaixo, as fotos de sua participação no Cremaster Cycle, do M. Barney:
Você tem muitos tipos de pernas. Pode explicar como isso funciona?
Mullins: Tenho 12 pares. Minhas próteses Cheetah servem para correr, nadar ou andar de bicicleta. Agora, neste momento, estou usando as pernas Robocop, que possuem um sistema de absorção de impacto. Daí, tenho quatro pares de pernas cosméticas, feitas de silicone e que imitam a pele. Essas são incrivelmente parecidas com as humanas, com veias, pelinhos e tendões. São feitas sob medida.
Veja abaixo, a entrevista que Aimme Mullins concedeu a Revista Galileu.
O que fez você perceber que queria pernas mais parecidas com as normais?
Mullins: Quando era adolescente, fui ao Museu de Cera Madame Tussauds, em Londres. Vi uma reprodução da modelo Jerry Hall. Tudo estava exatamente replicado ali: o tom de pele, a cor dos olhos. Eu usava pernas ortopédicas. Quer dizer: que raio de garota de 17 anos ia gostar de usar calçados ortopédicos? Percebi que estava falando com as pessoas erradas. Precisava achar esses caras em Hollywood que criavam coisas como o Exterminador do Futuro. Um pessoal que não estava carregado com a visão tradicional dos fabricantes e médicos.
Alguém já chamou você de ciborgue?
Mullins: As pessoas têm me chamado de tudo: transumana, pós-humana, ciborgue. Alguém que usa lentes de contato é um ciborgue? Se considerarmos que um celular ou uma tesoura são próteses, no sentido de que eles aumentam nossas capacidades, nós somos ciborgues quando os usamos?
A tecnologia está chegando ao ponto de tornar uma deficiência uma super-habilidade?
Mullins: Nós já estamos lá nas cirurgias oculares a laser. Não existe mais o estigma de usar óculos, como havia nos anos 1940 e 1950. A tecnologia nos deu essa super-habilidade. O golfista Arnold Palmer não conseguiria continuar jogando sem que houvesse uma chapa de titânio em seu quadril. Tiger Woods fez a cirurgia a laser duas vezes nos olhos. Isso deu a ele uma visão 20/15 – ainda melhor do que a visão 20/20, considerada “perfeita”. É uma clara vantagem em relação a outros atletas num esporte em que a mira é tão importante.
As pessoas deveriam se incrementar assim?
Mullins: Mas elas já fazem isso. Se alguém quer ter 50 piercings ou modificar o corpo colocando próteses de carbono para imitar chifres, elas podem. Deveríamos ter um debate ético sobre isso? E tem a cirurgia plástica. Por que uma prótese é associada a uma deficiência e um implante nos seios é tido como uma melhoria? Até onde a gente pode levar esse conceito? Eu acho que isso não tem limites.
Aimme Mullins
Aimme Mullins
Aimme Mullins
Aimme Mullins

História de superação da artista plástica Alison Lapper: uma brava guerreira

Alison Lapper e seu filho quando era bebêParabéns a todas as mulheres com e sem deficiência que se superam a cada dia!
Em homenagem ao dia da Mulher, acompanhe a história da guerreira Alison Lapper.
Alison Lapper nasceu em 7 de abril de 1965, em Burton, Inglaterra. Os pais biológicos e médicos não detectaram nenhum problema, no entanto ela nasceu com uma marca especial para a vida, não tinha braços e pernas e seria menor que o normal.
Em sua infância, Alison foi abandonada por seus pais aos quatro meses de idade. Eles eram trabalhadores de uma fábrica de automóveis, no Condado de Yokshire, e se separaram quando ela nasceu. Ela também tem uma irmã mais velha que mal conhece.
Assim, Alison passou a infância em uma escola cercada por outras crianças deficientes que se assemelhavam a ela fisicamente. “Havia várias crianças sem membros, como resultado da onda da talidomida. Para nós era difícil adquirir o equilíbrio. Não conseguíamos sentar sem cair e não éramos capazes de levantar”, diz Alison sorrindo.
Nick Vujicic: uma grande história de superação de um homem sem braços e pernas
Aimme Mullins: Conheça a história de superação da campeã de atletismo
Desde criança Alison sentia-se desconfortável em usar próteses. Aos três meses tentaram usar esse equipamento em seu corpo. “As pessoas abusam do seu poder sobre as crianças. Na verdade, essas próteses eram para que os adultos se sentissem bem e não eu.”
Quando tinha 12 anos, Alison realmente entendeu que sua infância tinha acabado. “Até então eu estava muito ocupada sendo uma menina. Mas, deixei de ser menina e entrei na puberdade e então percebi a diferença”. Foi difícil para Alison aceitar a forma de seu corpo, pois ela queria ser bonita e sedutora. No entanto, ela aprendeu a se superar.
Aos 19 anos, viajou sozinha para Londres para uma licenciatura em Belas Artes e depois se tornou uma renomada pintora. Ela começou a pintar com a boca aos três anos de idade. Sua pintura foi reconhecida e recebeu a maior honra da Inglaterra, Membro do Império Britânico (MBE) por serviços prestados a arte britânica. O prêmio foi entregue pela própria rainha.
Ao longo de sua vida, ele teve que suportar a rejeição e a exclusão por ser diferente, mas conseguiu ver o lado positivo e seguiu em frente.
Aos 33 anos Alison ficou grávida, mas assim como fizeram seus pais, também foi abandonada pelo namorado. Entretanto decidiu ir em frente apesar das dúvidas e medos de que o bebê herdasse sua deficiência.
Seu filho Parys, tem agora 14 anos. Ela o incluiu em vários de seus trabalhos fotográficos.
“No começo eu estava preocupada com o que iria acontecer com meu filho e disse que um dia Parys se envergonharia de mim”, mas isso não aconteceu”, afirmou Alison.
O artista britânico Marc Quinn fez uma escultura em sua homenagem, intitulada “Alison Lapper Grávida”. A estátua foi colocada em 2005 na histórica Praça Trafalgar Square. Ela foi feita de mármore branco, mede 3,6 de altura e pesa 11,5 toneladas. Ficou no local até 2007 quando foi substituída por outra.
Alison Lapper e seu filho quando era bebê
Alison Lapper em seu trabalho
Alison Lapper e seu filho Parys
Alison Lapper e seu filho Parys
Artista britânico Marc Quinn fez uma escultura em sua homenagem, intitulada "Alison Lapper Grávida".
Artista britânico Marc Quinn fez uma escultura em sua homenagem, intitulada "Alison Lapper Grávida".
Alison e seu filho

quinta-feira, 22 de março de 2012

"Séculos" de desinformação geraram mitos equivocados sobre a síndrome

BBC
18/07/2003

Ainda circulam idéias ultrapassadas sobre os que nascem com Down

Comentário SACI: Matéria publicada em 23 de junho de 2003. As aspas colocadas no título, em "Séculos", são por nossa conta. A Síndrome foi detalhadamente descrita em 1865 por John Langdon Down, vindo daí o nome Síndrome de Down.
Lais Mendes Pimentel
Apesar dos grandes avanços em relação ao estudo e compreensão da síndrome de down, séculos e séculos de ignorância fomentaram uma série de conceitos equivocados sobre o assunto.
Mesmo a presença de mais pessoas com Down em escolas, ambientes de trabalho e social, idéias antiquadas e desatualizadas sobre a condição ainda circulam entre o resto da população.
Eis aqui alguns dos mitos que ainda cercam as pessoas que nasceram com a trissomia 21 e que devem ser derrubados.

As crianças com Down são mais afáveis e boazinhas que as outras?
Não. Muitas crianças com a síndrome são incentivadas a sorrir e a abraçar as pessoas de uma forma exagerada. Muitos indivíduos são mais simpáticos que outros mas muitos pais encorajam os filhos a se encaixar no estereótipo.

A maioria das crianças com síndrome de Down nascem de mulheres mais velhas?
Não. Apesar de as chances de gerar um bebê com Down serem maiores à medida em que a mulher envelhece, principalmente a partir dos 35 anos, cerca de 80% dos que nascem com a trissomia 21 são filhos de mulheres mais jovens. Isto seria explicado por uma combinação de fatores como o maior índice de natalidade das mulheres mais jovens e por elas não fazerem com tanta frequencia a amniocentese, exame que pode detectar a possibilidade de o bebê ter a trissomia 21.

A síndrome de Down é uma doença?
Não. As pessoas que nascem com a trissomia 21 não são doentes, nem vítimas e nem "sofrem" desta condição.

As pessoas que nascem com a síndrome de Down morrem cedo?
Não. Cardiopatias congênitas não diagnosticadas no passado, e que afetam um em cada três bebês que nascem com Down, além de uma tendência à baixa imunidade e problemas respiratórios eram a principal causa da morte prematura das pessoas que nasciam com a trissomia 21. Hoje, graças à medicina moderna aliada a atenção dos pais, os portadores da síndrome têm uma expectativa média de vida de, pelo menos, 60 ou 70 anos.

Uma pessoa que nasce com Down é incapaz de andar, comer ou se vestir sozinha?
Não. Apesar de muitas pessoas com síndrome de Down viverem sozinhas e levarem uma vida semi-independente, ainda há médicos que anunciam, assim, para os pais, a chegada de uma criança com Down.

Os portadores da Síndrome de Down podem ter relacionamentos?
Eles são perfeitamente capazes de formar todos os tipos de relacionamentos em suas vidas, seja de amizade, amor ou de antipatizar com alguém.

É verdade que a síndrome de Down é mais comum entre brancos?
Não, esta anomalia genética atinge igualmente a brancos, negros e asiáticos.

Homens e mulheres com síndrome de Down podem ter filhos?
Podem, sim. Há muitos registros de mulheres com Down que tiveram filhos e, nesse caso, as chances de terem filhos com trissomia 21 é de 35% a 50% maior. Há dois casos registrados de homens com Down que se tornaram pai. Mas as informações sobre a fertilidade deste grupo é muito desatualizada pois é baseada em pesquisas em instituições onde homens e mulheres com Down eram mantidos separados uns dos outros.

Todas as pessoas com síndrome de Down vão desenvolver o mal de Alzheimer?
Não. Apesar de muitos apresentarem sinais de demência a partir dos 40 anos, isso não é inevitável. Os estudos indicam que o índice de demência entre os que nascem com Down é o mesmo do que no resto da população mas acontece 20 ou 30 anos mais cedo.

Dia Mundial da Síndrome de Down: 10% da população do globo é afetada



Nova York (RV) – Nesta quarta-feira, pela primeira vez, celebrou-se o Dia Mundial da Síndrome de Down. A data 21 de março foi instituída pelas Nações Unidas, em cuja sede, em Nova York, houve uma cerimônia reunindo delegações de países e representantes da sociedade civil.

As Missões do Brasil e da Polônia junto à ONU patrocinaram o evento, e a embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti leu uma mensagem da presidente brasileira, Dilma Rousseff, sobre esse Dia:

"O Brasil tem avançado na implementação dos apoios necessários ao pleno e efetivo exercício da capacidade legal por todas e cada uma das pessoas com deficiência”. “Cada vez mais – continua a mensagem -, nos empenhamos na equiparação de oportunidades para que a deficiência não seja utilizada como motivo de impedimento à realização dos sonhos, dos desejos e dos projetos."

Segundo as Nações Unidas, 10% da população mundial vive com algum tipo de deficiência.

Sobre a Síndrome de Down, a Rádio Vaticano conversou com o Professor Giuseppe Zampino, responsável do Serviço de Epidemiologia e Clínica dos Defeitos Congênitos do Hospital Policlínico Agostino Gemelli, de Roma. Ele explicou que a Síndrome de Down é uma condição devida a uma trissomia, ou seja, três cromossomas 21. Normalmente nós temos um par de cromossomas – ao total 23 pares -, enquanto nessa síndrome temos três cromossomas 21 ao invés de dois.

Algumas das características dos portadores são retardo psicomotor, cardiopatias congênitas, patologias autoimunitárias, entre outras complicações que acabam por modificar não somente a vida da pessoa afetada, mas de todos que a circundam.

Não se tem conhecimento ainda de causas precisas para essa má formação congênita, o que se tem são dados de que o risco aumenta quando a mãe inicia a gestação após os 37 anos.

Quanto ao tratamento, inúmeros aspectos devem ser levados em consideração, com destaque para o estabelecimento da comunicação com a criança que nasce com essa síndrome. (ED)

domingo, 11 de março de 2012

Prêmio Sentidos

Inserida em: 30/10/2007


Everton de Freitas Batista

O professor de capoeira que deu a volta por cima após o acidente que quase o deixou paraplégico Vencedor do segundo lugar na categoria Esportes do I Prêmio Sentidos, o professor de capoeira Everton Batista, 47 anos, carioca é exemplo de garra e superação. Após ter sido atingido por duas balas perdidas, que quase o deixou paraplégico, voltou a dar aulas e a valorizar ainda mais a vida.

Mestre Fanho, como é conhecido por todos, conta que logo após o acidente não tinha movimentos abaixo da cintura. "Eu não conseguia sentir as minhas pernas." Após meses de fisioterapia recuperou os movimentos dos braços. E, mais tarde, das pernas. Apesar de ter conseguido bons resultados em sua reabilitação - hoje possui paralisia branda do lado direito do corpo - o capoeirista continua se dedicando com afinco à fisioterapia.

Após o acidente como você se sentiu diante da possibilidade de ficar paraplégico e não poder mais praticar Capoeira?Fiquei apavorado inicialmente com a possibilidade de não apenas deixar de praticar Capoeira, mas deixar de andar.

Como foi sua recuperação e o fato de saber que poderia voltar a praticar capoeira? Ainda estou me recuperando. Continuo tendo limitações físicas de equilíbrio e força, principalmente do lado direito do corpo em que perdi alguns nervos e algumas sensações típicas de quem sofreu esse trauma. Porém, melhorei muito nos últimos dois anos e meio (após o acidente). Poucos acreditavam que eu pudesse voltar. Algumas vezes até eu duvidei. Mas devemos continuar tentando sempre. Se alguns disserem que você está enxugando gelo (como me disseram), que seja, enxugarei gelo até conseguir.

Hoje você ainda faz algum tipo de exercício para ajudar na melhora movimentos? Faço fisioterapia sempre. Pratico exercícios de equilíbrio e alongamento quando saio da cama. À tarde eu caminho, organizo algumas coisas e diversos trabalhos como reforço muscular, etc. E à noite dou aulas, mesmo com limitações tento cuidar do espírito, pois superar a negação do novo "Estado de Ser", é muito difícil.

Onde e para quem você dá aulas de capoeira?Dou aulas para pessoas de todas as idades e níveis sociais. Trabalho com crianças e jovens de comunidade e com pessoas que têm melhor condição social. Procuro fazer, através de rodas e eventos a integração das pessoas de todas as realidades, promovendo a inclusão e espantando o pré-conceito.

Além disso, você trabalha com músicas. Conte um pouco desse trabalho.
Desde garoto sou fascinado por música e, quase sem querer, me vi compondo músicas de capoeira, que têm o caráter crítico e relatam fatos do cotidiano do capoeirista, na roda e na vida. Produzi a primeira fita cassete, em tom de brincadeira, que na época teve muita repercussão. Depois do primeiro CD, veio o segundo e o terceiro, que ainda vendem em todo Brasil. Penso em fazer o primeiro DVD da minha vida, pois a capoeira tem um público dirigido muito fiel.

Na sua opinião qual a importância do esporte para quem tem algum tipo de deficiência? Toda importância do mundo, pois é uma forma de desenvolver a aceitação e estimular a auto-superação, sem falar do espírito, que é o mais fortalecido durante todo esse processo.

Quais são seus planos para o futuro? Faltam recursos e iniciativas como essa de vocês aqui no Rio, mas gostaria muito de poder continuar trabalhando com crianças de comunidade (faço isso de forma filantrópica) e poder trabalhar com deficientes físicos para passar um pouco da minha experiência.

O que achou da iniciativa do Prêmio Sentidos? Como se sentiu com a premiação?Sensacional! Embora tenha superado muitas coisas e me superado diariamente, andava um pouco acomodado e o prêmio serviu como estímulo para que eu não pare de lutar. Enviei meu trabalho como forma de divulgar, pois tudo é possível quando você acredita. Minha intenção era motivar outras pessoas e fazer contato com outras que tivessem passado o mesmo tipo de dificuldade. Agradeço a Deus e parabenizo a revista pela iniciativa e faço votos que continuem com esse espírito empreendedor e inovador, motivando pessoas em todo Brasil. Obrigado.

Criadas células-tronco sem embrião


Duas notícias ligadas à ciência e à saúde foram anunciadas, nesta quarta-feira, na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos.
Cientistas japoneses e americanos desenvolveram uma técnica capaz de criar células-tronco sem usar embriões e depois descartá-los. Se a descoberta for bem sucedida em seres humanos, uma questão ética, que dificultava as pesquisas, será solucionada.
A nova técnica funcionou em ratos de laboratório. Se der certo em seres humanos é uma esperança de cura para doenças como diabetes e mal de parkinson.
Nas técnicas que vinham sendo pesquisadas até agora, o núcleo de uma célula adulta era inserido em um óvulo não-fertilizado. O resultado era um embrião que produzia as células-tronco, que depois era descartado.
Na nova técnica, quatro genes foram introduzidos em células da pele de ratos. Elas se reprogramaram e se transformaram em células-tronco, que podem formar qualquer tecido do corpo humano.
As pesquisas com células-tronco enfrentam forte resistência de grupos religiosos contrários ao uso de embriões. A Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos disse que esta pesquisa não ameaça nem destrói vidas humanas. Outra vantagem é que a técnica é muito mais simples do que as anteriores.
Os cientistas alertam que ainda faltam muitos anos de estudo para as células-tronco serem usadas com segurança em seres humanos, mas acham que encontraram um jeito de acelerar as pesquisas sem enfrentar tantas resistências.
A revista científica Nature publicou o maior estudo já realizado sobre doenças hereditárias. A pesquisa identificou 15 genes que podem ser considerados fatores de risco para sete doenças: distúrbio bipolar, doença de crohn, problemas coronários, hipertensão, artrite reumatóide e diabetes tipos 1 e 2.
O estudo comparou o DNA de 14 mil pessoas doentes com o de 3 mil saudáveis. Segundo os cientistas, no futuro, será possível submeter pessoas a testes que identifiquem combinações genéticas específicas, capazes de revelar o risco que correm de contrair determinada doença.
Assim, alguém com tendência maior a algum mal poderia ser orientado a mudar o estilo de vida, ou a realizar exames de rotina. Mas há um outro lado da moeda, que é assustador. Teoricamente, qualquer candidato a um emprego, por exemplo, poderia ser avaliado também pelo critério de saúde futura. Quanto maior o risco de contrair alguma doença, menor a chance de ser contratado. Nos Estados Unidos já existem leis que proíbem a restrição à contratação de um funcionário por ter pré-disposição a doenças. Os geneticistas defendem a confidencialidade destas informações, já que o genoma é altamente pessoal.

Células-tronco embrionárias podem ajudar na cura de doença que cega

O governo dos EUA autorizou pela segunda vez o uso de células-tronco embrionárias em humanos. O objetivo é descobrir a cura da Distrofia Macular de Statgardt, que degenera uma parte do olho.

O governo americano deu sinal verde para a segunda pesquisa com células-tronco embrionárias em humanos. Desta vez, o objetivo é curar uma doença que leva à cegueira. A reportagem é do correspondente Flávio Fachel.
A ciência está mais perto de vencer uma doença rara, que leva embora a visão durante os primeiros 20 anos de vida, degenerando uma parte do olho.
A Distrofia Macular de Statgardt danifica a retina, a parte que fica no fundo do globo ocular e onde se forma a imagem ou visão que é traduzida pelo cérebro.
Os pesquisadores usaram em ratos a capacidade de transformação das células-tronco embrionárias, que podem ser programadas para se reproduzir e dar origem a quase todas as células do corpo.
Neste caso, eles conseguiram recriar e substituir as células danificadas da retina, injetando células-tronco na região afetada e devolvendo a visão perdida. Os ratos com a doença tiveram melhora em 100% dos casos, sem efeitos colaterais.
Só na Europa e nos Estados Unidos, 30 milhões de pessoas sofrem com a perda de visão por degeneração da retina. O governo dos Estados Unidos autorizou o próximo passo da pesquisa:
12 pacientes de várias partes do país serão selecionados para receber o tratamento.
Esta é a segunda vez que o governo americano autoriza a participação de pessoas em experimentos com células-tronco retiradas de embriões humanos.
A primeira foi em outubro. Um grupo de médicos de um hospital de Atlanta está tentando religar conexões rompidas da medula espinhal de um paciente. Desta vez, a pesquisa é de uma empresa privada, a Advanced Cell Technology, que planeja ganhar US$ 30 bilhões por ano quando, o que hoje é só pesquisa, virar tratamento regular nos hospitais de todo o mundo.
O uso de células-tronco embrionárias para pesquisas divide opiniões no mundo inteiro. Os que são contrários argumentam que elas são tiradas do embrião humano, que depois será descartado.

sábado, 10 de março de 2012

Casimiro de Abreu, no litoral fluminense, está provando que portadores de deficiência podem ter uma vida integrada à comunidade.

Por Lúcia Seixas.
Fotos: Alexandre Santana


Xadrez adaptado permite que Luzia jogue com os amigos, apesar da cegueira

Casimiro de Abreu, a 140 km do Rio de Janeiro, costuma acolher gente cansada do estresse carioca. Cacau, com seus longos cabelos grisalhos e olhos decididos, aportou por lá há sete anos. Terapeuta ocupacional, ela queria fazer ali o que mais gostava: trabalhar pessoas com deficiências. Para sua surpresa, ouviu um veredicto taxativo: "Mas aqui em Casimiro não há deficientes!". Cacau, no entanto, conhecia bem as estimativas do seu campo de atuação. Calcula-se que 10% da população em todo o mundo possui algum tipo de deficiência. Resolveu fazer ela mesma um censo informal. Cacau, ou Maria do Carmo Stroligo, 38 anos, descobriu que Casimiro não era uma exceção. Também ali existiam deficientes visuais, auditivos, autistas e paralisados cerebrais. Pouco a pouco, a cidade passou a conhecer moradores cujas famílias sequer os levavam às ruas.

O primeiro passo para tirá-los dos domínios domésticos foi a fundação de uma Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) na cidade, em 1995. Para isso, Cacau contou com parceiros insuspeitos. Em um bate-papo com o caixa do banco, descobriu que havia pessoas interessadas em fundar uma instituição de apoio aos deficientes na cidade. Dessa forma, a vontade da terapeuta se cruzou com a de um bancário, que a apresentou a uma professora, que conhecia uma psicóloga... Formava-se, assim, uma rede que resultou na Apae e não pára de crescer.

Com o apoio dos novos amigos, Cacau foi à luta para dar àquelas crianças e adolescentes a chance de se matricular numa escola regular. "Essa mulher foi buscar os deficientes dentro de casa", conta Janete Pinheiro, diretora do Ciep José Bicudo Martins, em Casimiro, a escola que abriu espaço para o sonho de Cacau e de outras professoras. Materializavam-se no município os preceitos da inclusão -proposta das Nações Unidas para acabar com a segregação dos deficientes físicos (leia box). Entre os objetivos da ONU está o fim das escolas especiais. Hoje, em Casimiro, há 12 alunos com deficiências diversas estudando nas classes regulares do Ciep. Outros 45 ainda freqüentam as turmas especiais, desenvolvendo as habilidades que lhes permitirão acompanhar o conteúdo das aulas junto com os demais estudantes.

Em Casimiro de Abreu, a "inclusão" deixou de ser conceito abstrato para fazer parte do dia-a-dia de moradores, como o do comerciante Júlio César Marques. Dono de uma lanchonete na rodoviária, Julinho conheceu Cacau ali mesmo no balcão. Conversa vai, conversa vem, ele resolveu mostrar à terapeuta um jogo de xadrez que havia desenvolvido para deficientes visuais. A engenhoca foi criada como um gesto de solidariedade para um amigo que perdera a visão de forma trágica. "Eu imaginei como seria a minha vida se aquilo acontecesse comigo", conta Julinho. Ao dividir a dor com o amigo, o comerciante deixou fluir sua inventividade.

O inventor




A fonoaudióloga Leiva carrega Daiana Silva, paralisada cerebral, no cavalo manchinha

O primeiro obstáculo foi desvendar a linguagem braile. Aos poucos, Julinho foi descobrindo o significado de cada conjunto de pontos que forma as letras do alfabeto perceptível pelo tato. Queimou a pestana para achar um jeito de transpor aquele universo para um jogo de xadrez, um dominó ou um baralho. Ao entrar em contato com a Apae, ele descobriu um público ávido por testar os inventos. De seu cérebro privilegiado saiu um jogo de xadrez em que não é preciso enxergar as peças: o formato da base de cada uma reproduz o movimento que se pode fazer no tabuleiro. Julinho fez ainda réglettes (réguas de quatro faces) gigantes -com a base em papelão e as letras do alfabeto em braile reproduzidas com bolas de gude. Elas são o instrumento usado para a escrita em braile, que, transformadas em brinquedo, tornam o aprendizado mais fácil. "Sinto muito orgulho de estar participando dessa transformação", emociona-se o comerciante.

Da lanchonete, o comerciante tira seu sustento e mais as caixas de biscoitos, cervejas e refrigerantes. É com o papelão das embalagens que ele faz algumas peças, todas cofeccionadas artesanalmente. A genialidade de Julinho, que cursou apenas o 1º grau, lhe renderia trabalho em qualquer lugar do mundo, mas ele nem pensa em sair de Casimiro. No máximo, vai ao Rio para registrar suas idéias na Biblioteca Nacional, na esperança de que um dia elas ultrapassem os limites do município. Seu sonho é publicar livros com os desenhos das peças dos jogos em tamanho original, de modo que possam ser montadas pelos leitores. Lucro não lhe interessa. Já teve ofertas para comercialização dos brinquedos, mas não quer ver suas invenções em plástico. Ele acha que o papel é ideal para o projeto que tem em mente. "As folhas do livro seriam destacáveis e o trabalho de recortar, colar as peças no papelão e montá-las ficaria a cargo de pessoas deficientes ou até de presidiários, que assim teriam uma fonte de renda", explica o inventor.

Os jogos adaptados podem ser usados tanto em sala de aula quanto no pátio. No Ciep, o intervalo de aula é um momento especial.Tem alunos correndo e jogando bola ao lado de outros em cadeiras de rodas ou sendo guiados pelas mãos. As rodinhas de crianças nem sempre são barulhentas. Em algumas, o silêncio acompanha longos bate-papos entre mãos que trocam sinais rápidos. Ninguém inspira piedade -são todos alunos.

A escola



O coral mãos que cantam: expressão dos gestos substitui as vozes no "hino nacional"

Um dos mais animados no recreio é Isaías Coelho, 13 anos, que tem síndrome de Down e muito ritmo. Durante o intervalo, toca sem parar o seu inseparável pandeiro e anima a garotada ao redor. Bem diferente do garoto que foi "resgatado" de casa por Cacau. Morador da zona rural, Isaías vive com a mãe e dois irmãos, num casebre sem conforto, sem banheiro. Há dois anos, a kombi da prefeitura passa por lá para levá-lo à escola. A expectativa dos professores é de que em três anos Isaías esteja pronto para ser alfabetizado. O contato com a Apae vai trazer outros benefícios para a família do garoto. A pensão do INSS a que ele tem direito por conta da deficiência está sendo recebida indevidamente pela atual companheira do pai. Mas já foi dada entrada em um processo para registrar o benefício de um salário mínimo em nome da mãe. "Ele se tornou um garoto mais calmo e vai começar a ajudar no sustento da casa", conta Cacau. Isaías e os outros portadores de deficiência integrados ao Ciep contam com vários "anjos da guarda". São os serventes da escola, fervorosos defensores da inclusão, ainda que não conheçam o significado da palavra. Se algum precisa de ajuda para ir ao banheiro, por exemplo, eles estão sempre a postos. "Convivendo com as diferenças desde cedo, as pessoas amadurecem, se tornam mais solidárias", acredita Lila Gaspar, orientadora educacional da escola.

É verdade que a descontração do recreio nem sempre está presente nas salas de aula. Leandro Pessanha, 18 anos, deficiente mental, e muito levado, deu trabalho quando entrou na escola. Para chamar a atenção da turma, ele se levantava no meio da aula para dançar, provocando gargalhadas e atrapalhando a professora. Até que os colegas deixaram de rir das gracinhas e aos poucos ele foi parando. "No início foi meio estranho, a gente achava que ele não tinha que estar com a gente", reconhece Tássia Salles, 11 anos, aluna da 5a série, a classe que recebeu Leandro. Pouco depois, as opiniões mudaram. "Ele nos ajuda a não ter preconceito", diz Mayara Machado, outra colega de Leandro.

Nos bastidores, as professoras estão sempre trocando idéias, criando alternativas para incluir novos alunos. Janete, a diretora, reconhece que não vem sendo fácil superar seus preconceitos, e até sua formação, para apostar incondicionalmente na inclusão. "Não fui educada para aceitar as pessoas diferentes", admite. "Mas descobri que existe uma certa felicidade na convivência com essas pessoas."

O processo de inclusão deve seguir um roteiro bem definido. O passo-a-passo prevê a preparação de professores, que devem aprender técnicas para ensinar a quem não pode ler, ouvir ou compreender perfeitamente. É preciso também adaptar materiais didáticos. A turma que vai abrigar um aluno com deficiência também deve receber orientação. Mas em Casimiro não dava para esperar.

Portadores de limitações físicas e a prática de esportes de aventura

O modelo Ranimiro Lotufo Neto, 38 anos, não pára. Reveza-se entre o trabalho, os vôos de parapente e a organização de eventos relacionados ao esporte. Brincalhão, Ranimiro perdeu uma das pernas em um acidente durante um pouso, há quatro anos, mas não se importa. Com uma perna mecânica, já fez 122 Km em cross-country e pretende quebrar o recorde brasileiro.
Agente de ecoturismo, Agnaldo Dias Quintela, 32 anos, escalou o Pico da Neblina, com 3.014 m, no final do ano passado. Mas conquistar o ponto mais alto do Brasil não o deixou satisfeito, e em seus novos planos está uma escalada no morro do Pão-de-Açúcar. Façanhas que ele realiza apenas com um dos braços e das mãos, pois Agnaldo perdeu os movimentos dos membros do lado esquerdo após um acidente de moto.

Carlos Jorge Wildhagen, um ex-digitador de 38 anos, descobriu na água a sua maior paixão. Atleta que participa de competições de natação, Carlos Jorge gosta mesmo é do contato com o mundo submarino a cinco, 10, 15 metros de profundidade. Com as mãos, ele vê e sente estrelas-do-mar e corais. Cego-surdo, ele se comunica com o mundo dentro e fora d’água através de sinais.

Limitação não significa incapacidade

Exemplos não faltam. Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas, 10% da população brasileira é portadora de limitações, sejam elas físicas ou psicofísicas. Para alguns praticantes de esportes de aventura, no entanto, ter alguma deficiência não é empecilho para participar dessas atividades. "Limitação não significa incapacidade", afirma a instrutora de mergulho adaptado Lúcia Sodré, presidente da Sociedade Brasileira de Mergulho Adaptado.

Aguinaldo escalando o Dedo de DeusÉ verdade que, no caso de alguns esportes, como o mergulho, há algumas adaptações. Embaixo d’água, os chamados "cadeirantes" (portadores de limitações físicas como paraplegias), por exemplo, não utilizam nadadeiras. No caso de mergulhadores cegos, é preciso total sintonia com o parceiro, ou dupla, que irá ajudá-lo a ser conduzido durante o mergulho e se comunicará por meio de sinais através de toques.

Na prática de escalada, o parceiro também precisa estar em sintonia, afirma Agnaldo. "Meu companheiro de escalada tem que ficar atento, pois utilizo a corda tencionada. E ele tem que saber a hora certa de te ajudar", diz.

Desafiando os limites

Ranimiro LotufoNem mesmo o fato de ter caido sob um fio de alta tensão fez Ranimiro ter perdido a vontade de praticar parapente. Muito pelo contrário, responde. "Tento melhorar cada vez mais e superar dificuldades em alguns momentos, como na decolagem".

Para ele, outros esportes também podem ser praticados por quem é portador de alguma limitação. Tanto, que no ano passado passou seis dias no Nepal descendo corredeiras de rios, versão oriental para o tão conhecido rafting.

Ranimiro voando de parapenteJá Agnaldo garante que não nunca teve medo de escaladas, começando a praticá-las, mesmo, dois anos depois do acidente. "Antes, eram só ‘escalaminhadas’, caminhadas com alguns trechos onde era necessário utilizar cordas", brinca.

Boa cabeça supera os problemas físicos

Seu primeiro desafio, depois de treinamento, o pico Dedo de Deus, com 1.692 m. Sua opinião para quem ainda tem receio: "a coisa é mais simples do que parece. O maior problema, mesmo, está na cabeça da pessoa; quem tem uma boa cabeça supera os problemas físicos".

Para a tradutora Ivana Cordier, 31 anos, paraplégica e mergulhadora, limitação não é incapacidade e praticar esportes faz muito bem, obrigada. "Além de ser muito tranquilizador, traz de volta a auto-estima", explica.

RJ: Cadeirantes sofrem com descaso e despreparo em transportes coletivos

São quase 4,5 milhões de pessoas com deficiência motora severa no país. Flagrantes do desrespeito com quem usa cadeira de rodas são constantes.


No Rio de Janeiro, os flagrantes do desrespeito com quem usa cadeira de rodas e precisa do transporte coletivo.
Robson de Paula bem que tenta, mas não consegue pegar um ônibus. O primeiro não tem o elevador apropriado; o segundo tem o equipamento, mas não tem a chave que aciona a rampa.
O motorista manda Robson ligar para a empresa: “Você têm que resolver lá, porque a chave daí fica trancada”, avisa.
“Tem que resolver com a empresa? E eu perco o horário do trabalho?”, questiona Robson.
Em uma nova tentativa, tem elevador, tem chave, mas quem disse que o motorista consegue operar a máquina?
A Federação dos Transportes diz que todos recebem uma aula como treinamento.
E a rampa trava! “Tem que arriar a pranchinha, que é um trava-rodas, e ele não está sabendo operar, por isso que está demorando. Os passageiros ficam indignados”, conta Robson.
E lá se vão cinco minutos que irritam todo mundo! O ônibus não tem mais como seguir em frente e muitos passageiros deixam o coletivo reclamando.
Em outro ônibus, o motorista não consegue alinhar a rampa com a calçada. E os problemas não param por aí.
Em frente ao Museu da República, um ponto turístico e histórico importante do Rio de Janeiro, a rampa de acesso ao metrô para cadeirantes foi construída dentro dos padrões: a inclinação é perfeita e o corrimão é de aço inoxidável. Ao chegar no elevador, o cadeirante aperta o botão, que está em altura adequada e aguarda. O problema é que ele vai aguardar por muito tempo até descobrir que o elevador não funciona.
São quase 4,5 milhões de pessoas com deficiência motora severa no país e ainda falta o mais importante: o respeito.
“O deficiente ainda não é entendido como alguém que seja cidadão e que tenha direito à cidadania. Ele ainda é entendido como alguém que dá problema em ponto de ônibus, que vai fazer com que a gente lute por diversas questões”, diz Teresa Costa D´Amaral, superintendente do IBDD.
A empresa Metrô-Rio informou que a obra do elevador da estação mostrada na reportagem começou em março e está parada porque o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) exigiu uma licença.
A Fetranspor informou que vai reforçar o treinamento dos motoristas e que vai fixar adesivos com instruções nos equipamentos.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Cotas para inclusão de deficientes no mercado de trabalho não são cumpridas

Como capacitá-los e colocá-los nas empresas sem que tenham escolaridade mínima?…” “a inclusão vai ocorrer naturalmente quando se der a inclusão nas escolas regulares; antes disso, temos de pensar em alternativas.” (Loni Elisete Manica)
Muitos estabelecimentos não cumprem as exigências da Lei 8.213, de 1991, que fixa a cota mínima de pessoas com deficiência a serem contratadas pelas empresas com 100 ou mais empregados. Os representantes dos deficientes acusam o setor privado de má-vontade e preconceito, enquanto os empregadores afirmam que enfrentam dificuldades com a falta de qualificação e entraves legais. Integrantes do governo, por sua vez, alegam que há falta de funcionários para implementar a respectiva fiscalização. Esses argumentos foram apresentados durante a audiência pública que o Senado realizou nesta quinta-feira (28).
O debate foi promovido pela Subcomissão Permanente de Assuntos Sociais das Pessoas com Deficiência, presidida pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Assim como o deputado federal Romário Faria (PSB-RJ), que também participou da audiência, o senador tem uma filha com Síndrome de Down.
Ao ressaltar o baixo grau de inclusão no mercado de trabalho, Lindbergh citou a estimativa de que, dos cerca de 43 milhões de brasileiros que estariam trabalhando formalmente, quase 289 mil seriam deficientes. Ele observou que esses números representam uma inclusão de apenas 0,67%, em contraste com a porcentagem do total de deficientes na população brasileira, que seria de 14%.
Cotas
De acordo com o artigo 93 da Lei 8.213/91, as empresas com no mínimo 100 empregados são obrigadas a cumprir as seguintes cotas, a serem preenchidas por “beneficiários deficientes reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas”: 2%, se tiverem entre 100 e 200 empregados; 3%, entre 201 e 500; 4%, entre 501 e 1000; e 5%, de 1001 em diante.
- O Brasil tem a melhor legislação das Américas sobre o assunto, mas ela não é obedecida – protestou Teresa Costa d’Amaral, superintendente do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD).
Ela disse que a falta de fiscalização “vem permitindo tal situação”. E que a forma como vêm sendo feitos os Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) entre empresas e Ministério Público do Trabalho também contribui para isso.
- Há um vácuo de poder entre o Ministério Público do Trabalho e a execução da lei de cotas – criticou.
Além disso, Teresa Costa defendeu a extensão da exigência de contratação de deficientes para pequenas e médias empresas, “já que esses estabelecimentos são os principais empregadores do país”.
- A inclusão no mercado de trabalho é necessária para que haja cidadania – ressaltou ela.
O presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade), Moisés Bauer, também criticou o setor privado. Ele disse que há preconceito e “corpo mole” por parte dos empresários, que utilizariam a falta de qualificação como “desculpa” para não contratar deficientes. O Conade faz parte da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.
Flexibilidade
Ao responder a essas críticas, o presidente da seção de Transporte de Cargas da Confederação Nacional do Transporte, Flávio Benatti, declarou que “não é pressionando, com discursos ou com multas, que se resolve a questão; é necessário inteligência em relação à lei, que precisa de flexibilidade e de entendimento conforme a atividade”. Ele reiterou o argumento de que falta qualificação a boa parte dos deficientes.
Essa dificuldade também foi apontada por Loni Elisete Manica, gestora do Programa de Ações Inclusivas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai, entidade vinculada à Confederação Nacional da Indústria). Ao citar as iniciativas e os cursos do Senai destinados à capacitação de deficientes, Loni disse que um dos principais obstáculos enfrentados pela entidade é a baixa escolaridade dessas pessoas, já que cerca de 60% delas seriam analfabetas – ou seja, sem os pré-requisitos mínimos para serem capacitadas. Ela também ressaltou que esse grupo é formado, em boa parte, por adultos com mais de 30 anos ou “em idade avançada”.
- Como capacitá-los e colocá-los nas empresas sem que tenham escolaridade mínima? – questionou, acrescentando que “a inclusão vai ocorrer naturalmente quando se der a inclusão nas escolas regulares; antes disso, temos de pensar em alternativas”.
Representando a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Janilton Fernandes Lima alegou que há vários entraves na legislação à contratação de deficientes. Como exemplo, ele disse que uma resolução impediu, no final da década de 1990, que os surdos trabalhassem como motoristas no segmento de transporte de cargas, “embora eles sejam perfeitos para atuar nessa atividade”. Janilton também afirmou que há uma proibição da Polícia Federal quanto à atuação de deficientes na área de vigilância.
Falta de fiscais
Ao comentar a questão da fiscalização, Fernanda di Cavalcanti, representante do Ministério do Trabalho e Emprego, afirmou que a pasta dispõe de 2.900 auditores fiscais do trabalho para todo o país, “quando o ideal, considerados critérios como a População Economicamente Ativa [PEA] e as diretrizes da Organização Internacional do Trabalho [OIT], seria um total de cinco mil auditores”.
- Cada concurso que tem sido feito para a área não repõe nem o pessoal que se aposenta – disse ela.
Lindbergh Farias disse que tentará promover um encontro com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para discutir a ampliação do número de auditores fiscais do trabalho.
Fonte: Agência Senado (28/04/11)

Lei obriga empresas a contratar Deficientes Físicos

Nos países de primeiro mundo, todas as empresas são obrigadas a terem entre seus funcionários, trabalhadores portadores de deficiência física. Agora, aqui no Brasil isto virou LEI. Quem não as cumprir, terá que pagar multas e indenizações que podem ultrapassar R$1milhão.

A LEI nº8.213, de julho de 1991- que estabelece cotas para a contratação de portadores de deficiência física – e pelo decreto nº3.298 de Dezembro de 1999 – que estabelece normas para a integração dos deficientes para o mercado de trabalho, traz esta possibilidade para 25 milhões de brasileiros deficientes (segundo levantamento do IBGE em 2000).

Esta Lei que está preste a completar 15 anos, somente agora – em plena Era de Aquário – começa a ser cumprida. Já em 2001, 12 empresas paulistas já o faziam, tendo 601 contratados. Com a obrigatoriedade em vigor, o número de empresas saltou para 4004 e de deficientes contratados 37.782 no final de 2005.

A contratação dependendo do porte da empresa, a lei determina cota de 2% ( com mais de 100 a 200 funcionários) a 5% (acima de 1001 empregados).
Cerca de 250 empresas já foram multadas . A fiscalização é feita pelo DRT. O valor da multa varia de acordo com o número de deficientes não contratados. Uma pessoa deficiente não contratada resulta no valor de R$1.101,75, por mês. Se na empresa caberia contratar 10 deficientes, a multa sobe para R$11.000,00.

Assim, mais de 3000 empresas, só no Estado de São Paulo buscam por este perfil de trabalhador. Portanto, o deficiente deve se preparar para entrar no mercado, se atualizar , aprimorar sua capacidade intelectual ou artesanal e mandar propostas e currículos, buscando seus legítimos direitos.

Solução de Contratação de Deficientes para Empresas

Contratação de Deficientes e Pessoas com Deficiência. Sua Empresa tem duvidas de como contratar Deficientes? ou de onde Buscar Curriculos de Deficientes? Veja Mais sobre o Deficiente Online e como podemos ajudar sua empresa na Busca Curriculos e de Profissionais de forma agil e Profissional para Cumprir suas metas como Empresa de Responsabilidade Social e estar em dia com a lei 8213/91.



Quem Somos.
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Missão.
Ser a melhor ferramenta de Centralização e disponibilizarão de Base Curricular obtendo informações de qualidade referente a qualificação profissional, educacional e acadêmica juntamente com habilidades e competências dos Profissionais com Deficiência, compartilhando essas informações com empresas que buscam novos talentos e potencial humano na diversidade
.

Campeonato de kart para pessoas com deficiência é único no mundo e terá o patrocínio da Sabesp

A secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella, será nomeada nesta terça-feira, 11 de janeiro, a madrinha da Copa Sabesp de Parakart. O campeonato automobilístico é o único no mundo para pessoas com deficiência.

Durante o evento, que será realizado na Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, ocorrerá a assinatura do termo de cooperação entre a Sabesp, que patrocinará o campeonato, e a Confederação Brasileira de Automobilismo. O evento contará com as presenças de Linamara Rizzo Battistella, de Cleyton Pinheiro, presidente da CBA, e de Gesner Oliveira, presidente da Sabesp.

O campeonato da Parakart busca o alto nível automobilístico e já levou pilotos paraplégicos para categorias como a Stock Car. O campeonato busca o desenvolvimento de todo o setor de esportes automobilísticos nacionais e internacionais, unindo pessoas com e sem deficiência.

Serviço:
Local: Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência -
av. Auro Soares de Moura Andrade, 564 - Portão 10 - Barra Funda - São Paulo - SP
Data: 11 de janeiro de 2011, às 13h30.

O Esporte Adaptado

O Esporte Adaptado
A realidade de grande parte dos portadores de necessidades educativas especiais no Brasil e no mundo revela poucas oportunidades para engajamento em atividades esportivas, seja com objetivo de movimentar-se, jogar ou praticar um esporte ou atividade física regular.
A prática de atividade física e/ou esportiva por portadores de algum tipo de deficiência, sendo esta visual, auditiva, mental ou física, pode proporcionar dentre todos os benefícios da prática regular de atividade física que são mundialmente conhecidos, a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração social do indivíduo.
As atividades físicas, esportivas ou de lazer propostas aos portadores de deficiências físicas como os portadores de seqüelas de poliomielite, lesados medulares, lesados cerebrais, amputados, dentre outros, possui valores terapêuticos evidenciado benefícios tanto na esfera física quanto psíquica.
Quanto ao físico, pode-se ressaltar ganhos de agilidade no manejo da cadeira de rodas, de equilíbrio dinâmico ou estático, de força muscular, de coordenação, coordenação motora, dissociação de cinturas, de resistência física; enfim, o favorecimento de sua readaptação ou adaptação física global (Lianza, 1985; Rosadas, 1989 e Souza, 1994). Na esfera psíquica, podemos observar ganhos variados, como a melhora da auto-estima, integração social, redução da agressividade, dentre outros benefícios ( Alencar, 1986; Souza, 1994; Give it a go, 2001).
A escolha de uma modalidade esportiva pode depender em grande parte das oportunidades que são oferecidas aos portadores de deficiência física, da sua condição sócio-econômica, das suas limitações e potencialidades, da suas preferências esportivas, facilidade nos meios de locomoção e transporte, de materiais e locais adequados, do estímulo e respaldo familiar, de profissionais preparados para atende-los, dentre outros fatores.
Diversos autores como Guttman (1976b), Seaman (1982), Lianza (1985), Sherrill (1986), Rosadas (1989), Souza (1994), Schutz (1994) e Give it a go (2001), e ressaltam que os objetivos estabelecidos para as atividades físicas ou esportivas para portadores deficiência, seja esta física mental, auditiva ou individual devem considerar e respeitar as limitações e potencialidades individuais do aluno, adequando as atividades propostas a estes fatores, bem como englobar objetivos, dentre outros:
  • Melhoria e desenvolvimento de auto-estima, autovalorização e auto-imagem;
  • o estímulo à independência e autonomia;
  • a socialização com outros grupos;
  • a experiência com suas possibilidades, potencialidades e limitações;
  • a vivência de situações de sucesso e superação de situações de frustração;
  • a melhoria das condições organo-funcional (aparelhos circulatório, respiratório, digestivo, reprodutor e excretor);
  • melhoria na força e resistência muscular global;
  • ganho de velocidade;
  • aprimoramento da coordenação motora global e ritmo;
  • melhora no equilíbrio estático e dinâmico;
  • a possibilidade de acesso à prática do esporte como lazer, reabilitação e competição;
  • prevenção de deficiências secundárias;
  • promover e encorajar o movimento;
  • motivação para atividades futuras;
  • manutenção e promoção da saúde e condição física
  • desenvolvimento de habilidades motoras e funcionais para melhor realização das atividades de vida diária
  • desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas.

Os jogos organizados sobre cadeira de rodas forma conhecidos após a Segunda Guerra Mundial, onde esta tragédia na história da humanidade fez com que muitos dos soldados que combateram nas frentes de batalha voltassem aos seus países com seqüelas permanentes. Porem este evento, terrível, proporcional ao portador de deficiência, melhores condições de vida, pois os deficientes pós-guerra eram heróis e tinham o respeito da população por isto, bem como uma preocupação governamental (Guttman, 1981, Adms e col., 1985; Alencar, 1986 Cidade e Freitas, 1999).
O pós-guerra, de acordo com Assumpção (2002), criou uma situação emergencial, onde a construção de centros de reabilitação e treinamento vocacional, em todo o mundo foi extremamente necessária. Os programas de reabilitação destes diferentes centros perceberam que os esportes eram um importante auxiliar na reabilitação dos veteranos de guerra que adquiriram algum tipo de deficiência.
As atividades desportivas foram introduzidas em programas de reabilitação pelo Dr. Ludwig Guttmann no Centro de Reabilitação de Stoke Mandeville no ano de 1944, como parte essencial no tratamento médico de lesados medulares, auxiliando na restauração e manutenção da atividade mental e na autoconfiança (Guttmann, 1981).
Concordando com o Dr. Guttmann, Sarrias (1976), ressalta que o esporte pode ser um agente fisioterapêutico atuando eficazmente na reabilitação social e psicologia do portador de deficiência, não devendo ser considerada apenas como uma atividade recreativa.
Os jogos paraolímpicos aconteceram oficialmente em 1960 em Roma, sendo instituída pela Organização Internacional de Esportes a realização dos Jogos Paraolímpicos após a realização das Olimpíadas (Alencar, 1986).
Souza (1994), enfatiza que o esporte adaptado deve ser considerado como uma alternativa lúdica e mais prazerosa, sendo este parte do processo de reabilitação das pessoas portadoras de deficiências físicas.
A ACMS (1997), relata que um programa de atividades físicas para os portadores de deficiência física devem observar a princípio se a adaptação dos esportes ou atividades mantendo os mesmos objetivos e vantagens da atividade e dos esportes convencionais, ou seja, aumentar a resistência cardio-respiratória, a força, a resistência muscular, a flexibilidade, etc. Posteriormente, observar se esta atividade possui um caráter terapêutico, auxiliando efetivamente no processo de reabilitação destas pessoas.
Um outro ponto a considerar na elaboração de atividades para os portadores de necessidades educativas especiais, em destaque aqui o portador de deficiência física, é a necessidade de adaptação dos materiais e equipamento, bem como a adaptação do local onde esta atividade será realizada.
A redefinição dos objetivos do jogo, do esporte ou da atividade se faz necessário, para melhor adequar estes objetivos às necessidades do processo de reabilitação. Assim como reduzir ou aumentar o tempo de duração das atividades, mas sempre com a preocupação de manter os objetivos iniciais atingíveis.
A realização de atividades físicas, esportivas e de lazer com deficientes, tem que respeitar todas as normas de segurança, evitando novos acidentes, deve-se estar atento a todos os tipos de movimentos a serem realizados, auxiliar o deficiente sempre que necessário, e estimular sempre o desenvolvimento da sua potencialidade.

Modalidades Esportivas
As modalidades esportivas para os portadores de deficiências físicas são baseadas na classificação funcional e atualmente apresentam uma grande variedade de opções. As modalidades olímpicas são o arco e flecha, atletismo, basquetebol, bocha, ciclismo, equitação, futebol, halterofilismo, iatismo, natação, rugby, tênis de campo, tênis de mesa, tiro e voleibol ( ABRADECAR, 2002). Apresentaremos algumas das modalidades esportivas, as mais conhecidas, que podem ser praticadas pelos deficientes físicos, sendo:
Arco e flecha: Esta modalidade esportiva pode ser praticada por atletas andantes como amputados ou por atletas usuários de cadeiras de rodas como os lesados medulares. Todas as deficiências físicas podem participar desta modalidade esportivas, respeitando estas duas categorias, em pé e sentado. A participação em competições e o sistema de resultados são semelhantes à modalidade convencional olímpica.
Atletismo: As provas de atletismo podem ser disputadas por atletas com qualquer tipo de deficiência em categorias masculina e feminina, pois os atletas são divididos por classes de acordo com o seu grau de deficiência, que competem entre si nas provas de pistas, campo, pentatlo e maratona. Esta é uma modalidade esportiva que sofre freqüentes modificações, visando possibilitar melhores condições técnicas para o desenvolvimento desta modalidade.
Basquetebol sobre rodas: é jogado por lesados medulares, amputados, e atletas com poliomielite de ambos os sexos. As regras utilizadas são similares à do basquetebol convencional, sofrendo apenas algumas pequenas adaptações.
Bocha: Esta modalidade esportiva foi adaptada para paralisados cerebrais severos. O objetivo do consiste em lançar as bolas o mais perto possível da bola branca.
Ciclismo: Neste esporte participam atletas paralisados cerebrais, cegos com guias e amputados nas categorias masculina e feminina, individual ou por equipe. Pequenas alterações foram realizadas nas regras do ciclismo convencional, melhorando a segurança e a classificação dos atletas de acordo com sua deficiência, possibilitando adaptações nas bicicletas. Os atletas participam de provas de estrada, velódromo e contra-relógio.
Equitação: Os deficientes físicos participam deste esporte apenas na categoria de habilidades. Para esto é necessário analisar os possíveis deficientes que podem participar.
Esgrima: Este esporte é praticado por atletas usuários de cadeira de rodas como os lesados medulares, amputados e paralisados cerebrais em categorias masculina ou feminina. Estes atletas participam das modalidades de espada, sabre e florete, sendo provas individuais ou por equipes. Para participação em eventos competitivos todos os atletas são presos ao solo, possuindo os movimentos livres para tocar o corpo do adversário.
Futebol: Nesta modalidade esportiva, sendo que o atleta portador de paralisia cerebral compete na modalidade de campo e o atleta amputado compete na modalidade de quadra. Alterações nas regras como o número de jogadores, largura do gol e da marca do pênalti estão presente.
Halterofilismo: Esta modalidade esportiva é aberta a todos os atletas portadores de deficiência física do sexo masculino e feminino. A divisão de acordo com o peso corporal em 10 categorias.
Iatismo: Todos os atletas deficientes podem participar, as modificações são realizadas apenas no equipamento e na tripulação, não havendo alterações nas regras da competição.
Lawn Bowls: é um esporte similar a Bocha, sendo este aberto à participação de todas os portadores de deficientes físicas.
Natação: As regras são as mesmas da natação convencional com adaptações quanto as largadas, viradas e chegadas. As provas são variados e os estilos abrangem os estilos oficiais. As competições são realizadas entre atletas da mesma classe. Podem participar desta modalidade esportiva portadores de qualquer deficiência, sendo agrupados os portadores de deficiência visual e os demais.
Racquetball: Este esporte pode ser praticado por atletas paralisados cerebral, é possui características similares ao tênis de mesa.
Rugby em cadeira de rodas: Esta modalidade foi adaptada para lesados medulares com lesões altas - tetraplégicos - que realizam um jogo com bola de voleibol com objetivo de marcar pontos ao fazer com que a bola ultrapasse uma determinada linha no fundo da quadra.
Tênis de campo: Esporte realizado em cadeiras de rodas, independente do tipo de deficiência física que o atleta possua nas categorias masculina e feminina. As regras sofrem apenas uma adaptação em relação ao tênis de campo convencional, sendo esta que a bola pode quicar duas vezes, a primeiro pingo deverá ser dentro da quadra. As categorias são: masculino e feminino, individual e em duplas.
Tênis de mesa: Deficientes físicos como o lesado cerebral, lesado medular, amputados ou portador de qualquer tipo de deficiência física pode-se participar desta modalidade esportiva, onde as provas são realizadas em pé ou sentado. As provas podem ser realizadas em duplas e individuais, sendo a classificação de acordo com o nível de deficiência. As regras sofrem poucas modificações, em relação ao tênis de mesa convencional.
Tiro ao alvo: Esporte aberto a atletas com qualquer tipo de deficiência física do sexo masculino ou feminino, nas categorias sentado e em pé. As equipes podem possuir atletas de ambos os sexos e diferentes tipos de deficiência física. As provas podem ser realizadas utilizando pistola ou carabina.
Voleibol: Poderá ser praticado por atletas Lesados medulares que participaram da modalidade de voleibol sentado e os amputados, que participarão desta modalidade em pé.

Comentario final
A participação de portadores de deficiência física em eventos competitivos no Brasil e no mundo vem sendo ampliada. Por serem um elemento ímpar no processo de reabilitação, as atividades físicas e esportivas, competitivas ou não devem ser orientadas e estimuladas, visando assim possibilitar ao portador de deficiência física, mesmo durante seu programa de reabilitação alcanças os benefícios que estas atividades podem oferecer, visando uma melhor qualidade de vida.

Comitê Paraolímpico divulga o ranking de paraatletas (DE 2008!)

O CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro) divulgou o ranking com os nomes dos melhores paraatletas de 2008 em cada uma das classes funcionais do atletismo. Foram incluídos os nomes dos competidores de pista e de campo que se destacaram nas principais provas realizadas ano passado. Confira alguns nomes.

Nos 100m feminino classe T11, para cegos, o primeiro posto é de Terezinha Guilhermino, que ostenta o tempo de 12seg28, seguida por Jerusa dos Santos com 13seg09 e Ádria dos Santos, com 13seg12. A última da lista é Margarete de Oliveira, na 11ª posição, com o tempo de 21seg42.

Nos 100m feminino T12, Sirlene Guilhermino, irmã de Terezinha, aparece como destaque ostentando o tempo de 12seg86, seguida por Maria José da Silva com 12seg96 e Ana Tércia Soares, com 13seg19. Para as mulheres o ranking dos 100m lista ainda as classes T13, T20, T36, T37, T38, T46, T53 e T54 .

Já entre os homens, nos 100m T11, Lucas Prado é o primeiro com 11seg31, seguido por Felipe Gomes, com 11seg52 e Daniel da Silva, com 11seg78. Na T12 o velocista Pedro Moraes é o principal nome com 11seg65, seguido por Wesley Silva, com 11seg74 e Julio Petto, com 11seg75.

O ranking prossegue com as demais classes funcionais também para os 200, 400, 800, 1.500, 5.000 e 10 mil metros, além das provas de campo. Para conhecer a lista completa, basta acessar o site do comitê, o www.cpb.org.br.