domingo, 11 de março de 2012
Criadas células-tronco sem embrião
Duas notícias ligadas à ciência e à saúde foram anunciadas, nesta quarta-feira, na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos.
Cientistas japoneses e americanos desenvolveram uma técnica capaz de criar células-tronco sem usar embriões e depois descartá-los. Se a descoberta for bem sucedida em seres humanos, uma questão ética, que dificultava as pesquisas, será solucionada.
A nova técnica funcionou em ratos de laboratório. Se der certo em seres humanos é uma esperança de cura para doenças como diabetes e mal de parkinson.
Nas técnicas que vinham sendo pesquisadas até agora, o núcleo de uma célula adulta era inserido em um óvulo não-fertilizado. O resultado era um embrião que produzia as células-tronco, que depois era descartado.
Na nova técnica, quatro genes foram introduzidos em células da pele de ratos. Elas se reprogramaram e se transformaram em células-tronco, que podem formar qualquer tecido do corpo humano.
As pesquisas com células-tronco enfrentam forte resistência de grupos religiosos contrários ao uso de embriões. A Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos disse que esta pesquisa não ameaça nem destrói vidas humanas. Outra vantagem é que a técnica é muito mais simples do que as anteriores.
Os cientistas alertam que ainda faltam muitos anos de estudo para as células-tronco serem usadas com segurança em seres humanos, mas acham que encontraram um jeito de acelerar as pesquisas sem enfrentar tantas resistências.
A revista científica Nature publicou o maior estudo já realizado sobre doenças hereditárias. A pesquisa identificou 15 genes que podem ser considerados fatores de risco para sete doenças: distúrbio bipolar, doença de crohn, problemas coronários, hipertensão, artrite reumatóide e diabetes tipos 1 e 2.
O estudo comparou o DNA de 14 mil pessoas doentes com o de 3 mil saudáveis. Segundo os cientistas, no futuro, será possível submeter pessoas a testes que identifiquem combinações genéticas específicas, capazes de revelar o risco que correm de contrair determinada doença.
Assim, alguém com tendência maior a algum mal poderia ser orientado a mudar o estilo de vida, ou a realizar exames de rotina. Mas há um outro lado da moeda, que é assustador. Teoricamente, qualquer candidato a um emprego, por exemplo, poderia ser avaliado também pelo critério de saúde futura. Quanto maior o risco de contrair alguma doença, menor a chance de ser contratado. Nos Estados Unidos já existem leis que proíbem a restrição à contratação de um funcionário por ter pré-disposição a doenças. Os geneticistas defendem a confidencialidade destas informações, já que o genoma é altamente pessoal.
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