sábado, 10 de março de 2012

RJ: Cadeirantes sofrem com descaso e despreparo em transportes coletivos

São quase 4,5 milhões de pessoas com deficiência motora severa no país. Flagrantes do desrespeito com quem usa cadeira de rodas são constantes.


No Rio de Janeiro, os flagrantes do desrespeito com quem usa cadeira de rodas e precisa do transporte coletivo.
Robson de Paula bem que tenta, mas não consegue pegar um ônibus. O primeiro não tem o elevador apropriado; o segundo tem o equipamento, mas não tem a chave que aciona a rampa.
O motorista manda Robson ligar para a empresa: “Você têm que resolver lá, porque a chave daí fica trancada”, avisa.
“Tem que resolver com a empresa? E eu perco o horário do trabalho?”, questiona Robson.
Em uma nova tentativa, tem elevador, tem chave, mas quem disse que o motorista consegue operar a máquina?
A Federação dos Transportes diz que todos recebem uma aula como treinamento.
E a rampa trava! “Tem que arriar a pranchinha, que é um trava-rodas, e ele não está sabendo operar, por isso que está demorando. Os passageiros ficam indignados”, conta Robson.
E lá se vão cinco minutos que irritam todo mundo! O ônibus não tem mais como seguir em frente e muitos passageiros deixam o coletivo reclamando.
Em outro ônibus, o motorista não consegue alinhar a rampa com a calçada. E os problemas não param por aí.
Em frente ao Museu da República, um ponto turístico e histórico importante do Rio de Janeiro, a rampa de acesso ao metrô para cadeirantes foi construída dentro dos padrões: a inclinação é perfeita e o corrimão é de aço inoxidável. Ao chegar no elevador, o cadeirante aperta o botão, que está em altura adequada e aguarda. O problema é que ele vai aguardar por muito tempo até descobrir que o elevador não funciona.
São quase 4,5 milhões de pessoas com deficiência motora severa no país e ainda falta o mais importante: o respeito.
“O deficiente ainda não é entendido como alguém que seja cidadão e que tenha direito à cidadania. Ele ainda é entendido como alguém que dá problema em ponto de ônibus, que vai fazer com que a gente lute por diversas questões”, diz Teresa Costa D´Amaral, superintendente do IBDD.
A empresa Metrô-Rio informou que a obra do elevador da estação mostrada na reportagem começou em março e está parada porque o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) exigiu uma licença.
A Fetranspor informou que vai reforçar o treinamento dos motoristas e que vai fixar adesivos com instruções nos equipamentos.

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