Mais uma história de superação em uma cadeira de rodas
Veja a reportagem do Fantástico com Lídio Filho, que é o primeiro médico a operar de uma cadeira de rodas. Ele tem sérios problemas de saúde, mas escolheu seguir na profissão. E agora faz história... Operando em uma cadeira de rodas.
Deu pra ouvir só o primeiro tiro. Eu apaguei e nada mais. "Eu apaguei. Porque uma nove milímetros com uma distância de menos de um metro é como se fosse um coice, né?", conta Lídio Toledo Filho. Foi no último dia de 2007. Em uma tentativa de assalto, pouco antes do Réveillon, o Doutor Lídio Toledo Filho levou quatro tiros. Por sorte o socorro chegou rápido. “Foi o que salvou realmente a vida dele. Ele não fez nenhum exame pré-operatório. Passou direto para o centro cirúrgico”, relembra o pai, Lídio Toledo.
“Eu tive duas paradas cardíacas. Dentro do centro cirúrgico. Na verdade eu morri duas vezes”, conta Lídio Toledo Filho. Só quando acordou, dezenove dias depois, é que ele ficou sabendo que estava paraplégico. “Quando a ficha caiu, dentro do CTI, eu fiquei bem arrasado”, diz Lídio Filho. Foi um choque. A família ainda tentava entender. Mas o Doutor Lídio não. “Não estou querendo entender, estou querendo é trabalhar, estou querendo correr atrás. Não estou aqui pra entender. não é pra entender”, relembra.
O pedido inesperado foi feito à mãe. “Quando ele disse pra mim que queria trabalhar, eu disse: eu te levo! Foi no dia 28 de agosto de 2008. Tinha oito meses, ainda não tinha feito nove meses do que aconteceu”, conta Eliete Cappelli Toledo de Araújo, a mãe.
Uma intensa rotina de exames no consultório de ortopedia. O pai, Lídio Toledo, ex-médico da seleção brasileira de futebol, enche-se de orgulho: “Tem muito paciente. Mais do que eu!”. Mas voltar ao consultório ainda parecia pouco. Sentindo-se na prisão do próprio corpo, Lídio Filho queria mais. “Lídio, você é feliz? Não, não estou feliz assim. Estou buscando a minha felicidade”, afirma. E, para um médico ortopedista, poder operar de novo talvez fosse um atalho para a felicidade.
Contrariando todas as previsões, inclusive as mais otimistas, o Doutor Lídio não só retomou a sua rotina normal de trabalho como se tornou o único médico do Brasil que opera de uma cadeira de rodas. De 2008 pra cá ele esteve à frente de 130 cirurgias.
“Não desistam do seu desejo, não desistam das suas ambições. Não é fácil, mas tem que perseverar. Por mais que tenha sido difícil o período que você atravessou, mas você não pode abrir mão do seu legado, da sua obra, do seu trabalho, daquilo que te faz feliz. E correr sempre atrás do que você deseja”, ensina Lídio Toledo Filho
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