Caro leitor,
Não sei se você já viu, mas foi criada algum tempo atrás, uma página do Twitter usando a identidade da pequena Rafaela, filha de Roberto Justus e Ticiane Pinheiro. Uma tremenda brincadeira de mau gosto onde, por incrível que pareça, o número de seguidores cresce a cada dia. Atualmente essa página tem mais de 26 mil seguidores, isso mesmo, 26 mil! Não se sabe quem está por trás dessa página, mas essa pessoa já criou perfil também, no facebook. O que acontece com o ser humano hoje em dia? Quando se cria uma página de trabalho voluntário e solidário para ajudar crianças doentes ou com deficiência, há pouquíssima participação das pessoas, agora quando uma página é criada para satirizar, ofender e constranger o outro, há inúmeros seguidores. Lamentável! (Nota do blog Deficiente Ciente).
Veja abaixo o texto do advogado e jornalista Alexandre Secco, do site Media Circus, acompanhe.
Na onda das discussões sobre o câncer de Lula, recebi um link para uma conta de Twitter chamada de “Filha do Justus” (@FilhadoJustus). O perfil informa: “Conforme confirmado por Ticiane Pinheiro, sua filha Rafaella Justus não sofre de nenhuma síndrome”.
Trata-se evidentemente de um canal fake, uma brincadeirinha. Fakes e brincadeirinhas como os tantos criados sobre o câncer do ex-presidente Lula. Já abordei o assunto aqui.
O canal Filha do Justus era seguido por mais de 23 mil pessoas até a manhã de terça feira, o que é espantoso. Mais espantoso ainda considerando que as 1.475 contribuições feitas até o momento procuravam imitar o que falaria uma criancinha. “CORDEI KD DEDEIRA”, etc, etc.. A verdadeira Rafaella tem menos de três. E ainda mais espantoso do que tudo isso é constatar que existam desocupados com tempo suficiente para uma produção tão intensa de piadinhas. Quase 1.500 tuítes…
A internet reproduz a vida, por mais piegas que seja essa afirmação. Quando você pensa que já viu tudo eis que alguém é capaz de te surpreender com mais cretinice e mau gosto. Não consigo ver graça na brincadeira de Rafaella. Não vi graça nas brincadeiras sobre o câncer de Lula. Não vejo graça nesse humorzinho besta e apelativo estilo Rafinha Bastos. Gosto da ideia de uma espaço sem fronteiras na internet, mas acho que a atitude de assumir a identidade de outra pessoa está tipificada no Código Penal, não se trata de liberdade e sim de abuso.
E o que dizer para essa gente, os abusados? O que pedir para essa gente que acha legal se divertir expondo a imagem de uma criança? A resposta, na minha opinião: NADA. O ânimo de pedir pressupõe que o outro ouça, que seja capaz de avaliar o pleito e refletir sobre ele. Não me parece o caso de gente que se diverte com a imagem de criancinhas.
Andar pela internet é como andar por uma cidade. Há igrejas, casas respeitáveis, bairros bem cuidados, mas sem querer você dobra uma esquina e cai na cracolândia, entra nos domínios de traficantes. Não dá para chegar pedindo ordem e decência nesses cantos. O melhor a fazer é dar a volta e deixar que os doidos se entendam até que uma força maior estabeleça a ordem.
O diabo da internet é que a rede tem uma incrível capacidade de espalhar suas loucuras e ofensas. Voltando ao exemplo da cidade, os pobres dependentes da cracolândia podem se mover muito pouco, conseguimos facilmente escapar deles. As bobagens da internet piscam em nossas caixas postais e se espalham…..Assim é a internet.
Fonte: http://www.mediacircus.com.br/
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