sábado, 9 de março de 2013

Cadeirantes fazem Blitz no Fórum para ganhar REMÉDIOS



Ainda em 2010, o Ministério Público Estadual ingressou com uma Ação Cível Pública junto à 3ª Vara Cível da Comarca de Marabá pedindo que a Justiça determinasse que a Secretaria Municipal de Saúde regularizasse o repasse de medicamentos para 98 cadeirantes que têm direito, por lei, a receber o produto. A juíza Maria Aldecy de Souza Pissolati, titular da 3ª Vara, deu prazo de 48 horas para que a SMS regularizasse a compra dos medicamentos e sondas, mas o mesmo não foi cumprido.

Jarbas Farias de Oliveira, cadeirante há 33 anos, disse que nunca ele tinha se sentido tão humilhado para ter acesso a seus direitos como na atua gestão. Nos últimos três meses, a dificuldade para conseguir sonda medicamentos e produtos junto à Secretaria Municipal de Saúde extrapolou todos os limites.

Há 90 dias, a sonda uretral falta com regularidade, enquanto a sonda de uso contínuo, ele precisa de 180 por mês, além dos medicamentos. “Todo mês nós temos de recorrer ao Ministério Público e ao Fórum para ter nossos direitos garantidos, e isso é humilhante para todos nós, cadeirantes, que somamos 98 cadastrados junto à SMS para receber medicamentos”, explica.

Ontem, segunda-feira, 12, Jarbas mais outros dois colegas cadeirantes foram ao Fórum de Marabá entregar documentação solicitada pela juíza Maria Aldecy de Souza Pissolatti. Eles levaram orçamentos de três empresas diferentes de Marabá e a magistrada informou ao que iria determinar o bloqueio de valores nas contas da Secretaria Municipal de Saúde para garantir a aquisição dos medicamentos e produtos dos cinco cadeirantes que recorreram àquela Vara.

Jarbas diz que enfrentou uma verdadeira via crucis para conseguir os orçamentos e que uma rede de farmácias dar três viagens para conseguir o documento. A reportagem apurou que o valor a ser gasto com cada cadeirante com medicamentos e sondas é de R$ 1.000,00. Assim, o valor a ser bloqueado nas contas da SMS chegaria, inicialmente, a R$ 5.000,00. “Só vamos contemplar inicialmente esses cinco cadeirantes porque apenas eles nos procuraram”, observou a magistrada, que aguardava o processo retornar do Ministério Público, que havia pedido vistas no mesmo.

Para Jarbas, o sofrimento que os 98 cadeirantes passam todos os meses para conseguir obter a medicação é algo lamentável. Ele não descartou que o grupo feche a entrada dos servidores à Secretaria de Saúde ainda esta semana, caso a medicação não seja fornecida pelo município. “Esta é a terceira vez que venho ao Fórum para reclamar meus direitos. Isso não precisava acontecer”, desabafou. (U. P)

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