sábado, 30 de março de 2013

TRÊS CORAÇÕES – MG, CIDADE “SEM ESPAÇOS”



Esse é um post, que mostra um pouquinho da realidade da minha cidade, Três Corações, conhecida como “a cidade do Pelé!” Aqui, em se tratando de acessibilidade, estamos caminhando a passos larguíssimos. Infelizmente, por causa da má vontade dos políticos, que são eleitos pelo povo e pouco fazem pelo povo, nós deficientes temos, por exemplo, poucos, pra não dizer o mínimo de lugares acessíveis em nossa cidade. Lugares como o cinema chamado “Cine Art Café”, não tem nenhuma infraestrutura para nos atender. No cinema de nossa cidade, além das salas estar no segundo andar do prédio, não se tem uma rampa ou um elevador, para que pessoas como eu possa assistir a um filminho com a família, ou até com alguma paquera por que não?  Rsrs... Várias vezes já fui no Cine Art Café e tive de enfrentar aquelas 3, se não me falha a memória, gigantescas escadas com a ajuda de alguém de minha família, para que assim pudesse assistir a um filme “tranquilamente” (coloco a palavra tranquilamente entre aspas pois enfrentar 3 escadas com o perigo de se cair de lá, subindo elas na cadeira de rodas, esforçando a coluna de quem me ajuda não é nada tranquilo). Confesso que fico com vergonha de passar por essa situação!
            Durante anos, nós deficientes mal podíamos sequer andar de ônibus, pois a única empresa de transportes públicos da cidade, não nos oferecia condições para este fim. Lembro-me de quando era criança, era preciso ser carregado no colo para poder subir nos ônibus da frota da empresa chamada Trectur. Mas hoje, confesso que muito pouca coisa foi mudada, pois graças ao Bom Deus, eles adquiriram os ônibus adaptados, mas os motoristas e cobradores da empresa, passam por apenas 1 treinamento na manutenção de tais elevadores, isso eu falo por que já ouvi dos próprios cobradores essa indigna realidade.
            Outra realidade que eu acho absurda na cidade são os lugares públicos. Lugares estes como a própria Prefeitura da cidade, que não nos oferece acessibilidade alguma. Poxa se formos pedir algo, buscar um documento, temos que pedir a outras pessoas para irem por nós ou então, como eu disse acima passar a vergonha e o medo de cair da cadeira de rodas subindo escadas.
            Escolas da cidade, em sua maioria não tem acessibilidade. Me recordo de inúmeras vezes visitar algumas escolas para vermos, quando crianças a famosa Feira de Ciências escolares, e alguns trabalhos dos alunos eu não ter tido a oportunidade nem de olhar de longe como foi feito e para que serve. Minhas próprias escolas onde estudei, a Escola Municipal Professora Cândida Junqueira – CAIC, tem uma parte dela que me lembro muito bem de que quando faltava professor, eu tinha de subir as escadas no colo pois só tinham 4 salas de aulas no primeiro andar da escola, sendo que em todos os anos a série anual que eu cursava, era a única do primeiro andar. A outra escola que estudei Escola Estadual Américo Dias Pereira, a chamada Escola Estadual, eu confesso que nunca visitei a Biblioteca desta tão exemplar instituição. Nem sei de que tamanho é, se tem janelas, portas, como são tais janelas e portas, a cor da pintura das paredes, etc. Isso é muito triste, pois me lembro de quando eu estudava lá tinha de pedir pra alguém pegar um livro ou entregar pra mim, coisa que se tivesse acessibilidade eu mesmo faria.
            O nosso Estádio Municipal Elias Arbex, é outro assunto que me incomoda bastante em termos de acessibilidade. Quando era pequeno, meu irmão e alguns primos meus, jogavam futebol lá, e quando eu ia assisti-los tinha de enfrentar as escadas para subir e me assentar em uma arquibancada pequena, dura, e não confortável.
            A praça da cidade também já nos incomodou demais. Durante anos não era adaptada, não possuía rampas de acesso, nada, nada e nada. Hoje, o que se nota são rampas altíssimas, onde na maioria das vezes tem de um lado do passeio e do outro não, e quando tem do outro não está bem de frente a rampa do passeio de trás. Como pode isso governantes? Vocês pagam a uma “empresinha” qualquer para fazer essas obras e essas fazem serviço de porco, com engenheiros mal qualificados, que não sabem calcular um tamanho ideal para essas rampas, essas rampas são tão altas que se um cadeirante, como eu tentar subir ou descer sozinho, cai e cai feio! Sem contar algumas rampas que já estão quebradas nas beiradas né? Essas rampas mais parecem paredes de casa do que propriamente rampas, já que estão numa posição quase que em pé!!!
            Outra VERGONHA: lojas, restaurantes, lanchonetes, bares, trailers, e outros lugares que também são públicos, pois oferecem serviço à população não tem ESPAÇO nenhum a nós. Vejo cadeirantes como eu, que para entrarem nesses locais, tem de pedir ajuda a alguém que passa na rua para subir nos degraus e poder comer um lanche, por exemplo. Isso quando não comem na rua mesmo né? Pedem o que querem do lado de fora e comem lá mesmo, como se fossemos cachorros comendo resto de comida do dia anterior. ISSO ME DÁ NOJO!
            Outra questão é que não temos, por exemplo, como na cidade de São Paulo, um transporte adaptado, que leva os deficientes para poderem consultarem nos médicos, sejam eles do SUS ou não. Aqui, temos de pegar o ônibus, que no meu caso tenho que subir no MÍNIMO 2 morros para poder a pé para poder chegar ao ponto de ônibus mais próximo. Que lástima.
            Em alguns lugares, como a Colônia Santa Fé, tem Kombi que leva os pacientes até lá, mas essa Kombi não é adaptada, tendo que o motorista que NÃO É OBRIGADO A CARREGAR MUITAS VEZES NO COLO (ISSO FALO PORQUE EU JÁ VI) pacientes para subir no veículo, tendo a possibilidade desse motorista em pouco tempo ser mais um inválido para a sociedade por conta da coluna que será prejudicada em breve.
            Cadê nosso prefeito? Cadê nossos vereadores? Esses não fazem NADA por nós, não tão nem aí se estamos bem ou não, na hora de pedir votos vem na nossa casa, apresentam projetos, se eleitos forem para mudar a cidade para nós deficientes, e quando chegam lá nós que nos ferramos, essa é a verdade.
            Mas uma coisa penso também: cadê o promotor de justiça da cidade de Três Corações, que não fiscaliza isso? É função desse cidadão fiscalizar isso, ele tem AUTONOMIA para chegar no prefeito e MANDAR ele colocar acessibilidade nos locais, pois se este não fizer estará fora da lei. Cadê você heim? Será que temos mesmo um promotor? Isso claro que temos, mas esse é outro que não faz nada, não é capaz de “peitar” os governantes desta cidade, pois com certeza “mama” o nosso dinheirinho também.
            Se você é de Três Corações, e está indignado com essa situação, compartilhe nas redes sociais esta postagem. Vamos tentar chegar a rádio de nossa cidade, já que não temos uma emissora de tv. E quem sabe, tenho a esperança de que está não esteja VINCULADA com os “fingidos” da nossa cidade né?

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4 comentários:

  1. Eu sempre falei isso e já tentei e solicitei, inclusive no CAIC e Luiza Gomes, na época que trabalhei lá, colocar rampa nos lugares culturais e escolas da nossa cidade,mas nunca ninguém me deu ouvido... Quando lancei meu último livro fiz no térreo da casa de cultura para que justamente você e o Demétrio e mais um tanto de amigos e alunos meus, idosos, pudessem comparecer no evento. Vc deve lembrar...enfim, além dos ínumeros problemas da nossa cidade, este é mais um que ninguém dá atenção...é impossivel circular pela cidade...cheia de obstáculos e armadilhas....conte comigo sempre, beijão

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  2. é complicadao valioso ,oq podemos fazer é compartilhar ,tamo junto brother

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